Esta é a história de dois homens, Alberto Serralha e Ilídio Francisco, que juntaram forças e fundaram a Sociedade Agrícola Ouro Vegetal – SAOV, em Abrantes. Começaram por comprar azeitona a produtores de diferentes zonas do país e arrendaram o lagar do avô de Alberto Serralha. A parceria resultou em 2005 na aposta do controlo da matéria-prima com um contrato de exploração olivícola na Quinta do Pouchão, da qual Ilídio Franscisco era responsável agrícola.
Em 2009, a SAOV reuniu finalmente todas as condições para a implantação de um lagar nas suas instalações. Mas o azar bateu-lhes à porta. Um acidente de trabalho vitimou Ilídio Francisco antes de ver concretizado o sonho. Alberto Serralha, atualmente com 43 anos, prosseguiu com o projeto e um "acaso" há quatro anos levou-o além-fronteiras. É com frequência que se desloca ao estrangeiro para transmitir e aplicar os seus conhecimentos. O seu nome chegou a um produtor na Austrália sugerido por uma marca com distribuição mundial e com a qual a SAOV trabalha. Estavam interessados em alguém que pudesse ajudar no desenvolvimento do sector olivícola.
A empresa da Austrália expandiu-se para o Peru e o português rumou até à América Latina. O sucesso de um apaixonado pelo sector, abriu-lhe entretanto portas no Chile.
Distinções atrás de distinções
A SAOV já conta com dezenas de prémios nacionais e internacionais.Para o aumento do volume de vendas do azeite português os EUA têm tido um contributo decisivo - representa este ano 20%. Na Europa exportam para a Suíça, Hungria, Holanda e Itália. Produzem as seguintes marcas de azeite virgem extra: Quinta do Pouchão e o Cabeço das Nogueiras premium, sendo que o primeiro tem certificação DOP (Denominação de Origem Protegida) do Ribatejo. Ambas distinguidas com medalha de ouro no concurso de azeites na Feira Nacional de Agricultura deste ano.
E porque a inovação é constante, em mãos há um novo "projeto" para aumento da capacidade produtiva da extração de azeite. A transformação da azeitona em azeite será mais rápida.
Método inovador
"A utilização de baixas temperaturas entre 17 e 18 graus (para manter os compostos voláteis responsáveis pelo aroma e sabor), a qualidade da matéria-prima (com um controlo muito apertado na produção da azeitona) e das instalações em matéria de segurança alimentar marcam a diferença nos azeites produzidos pela SAOV", sustenta Rita Marques, gestora de qualidade. Além de só trabalharem com azeites virgens, extraídos unicamente por meios mecânicos e sem qualquer envolvente química, na SAOV a qualidade é sinónimo de proatividade.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt