EDP Open Innovation

Dias de Energia: "A energia em Portugal está do lado da solução, embora haja quem teime no contrário"

António Mexia reuniu com os membros das equipas que a EDP escolheu para investir e fazer parcerias no Free Electrons
António Mexia reuniu com os membros das equipas que a EDP escolheu para investir e fazer parcerias no Free Electrons
Alexandre Lopes

Em conversa com o Expresso, o CEO da EDP falou do impacto que a burocracia ainda tem na inovação mas deixou a certeza que a ligação com as startups é o caminho do futuro. Assim como a eletrificação da economia

Dias de Energia: "A energia em Portugal está do lado da solução, embora haja quem teime no contrário"

Tiago Oliveira

Jornalista

Numa sala reservada do Café Moscovo, em pleno centro de Berlim, ouviam-se perguntas em inglês, respostas em inglês e comentários de lado a fazer lembrar uma versão moderna da Torre de Babel. As perguntas eram feitas por membros de startups de todo o mundo e dirigidas a António Mexia. O CEO da EDP tinha viajado a Berlim para acompanhar o último dia do Free Electrons (competição de empreendedorismo cuja edição deste ano pode conhece melhor aqui) e estar reunido com as ideias inovadoras da energia em que a operadora portuguesa decidiu apostar.

"Queremos estar virados para o internacional", contou ao Expresso, após a conversa com os empreendedores para entender "como olham para a empresa" e aquilo que esperam da relação para os próximos tempos. "Agora já não concorremos com as utilities, mas sim com outras startups e projetos", atira.

Por isso a EDP decidiu desenvolver uma cadeia de incorporação de novas ideias e negócios que começa com a base do Open Innovation, o projeto onde se juntou ao Expresso e cuja componente prática da sétima edição (organizada pela Beta-I) arranca já na próxima semana, 17 de outubro. Foi um dos primeiros passos para acompanhar a "mudança necessária."

"Demora tempo? Demora"

Mudança que, muitas vezes, ainda esbarra nas barreiras regulatórias: "a inovação dá-se mal com a burocracia", garante, de tal forma, que muitas vezes "transforma um produto bom num mau. " Contudo, reconhece que "a visão de Portugal mudou muito para este sistema," o que para António Mexia significa que na Europa estamos perante uma oportunidade única de fazer mais frente a Silicon Valley e trazer para cá boas empresas da próxima geração.

Sobretudo em áreas como big data, armazenamento de energia ou mobilidade elétrica, que não é por acaso que estão representadas entre os dez finalistas do Open Innovation. A energia será muito mais elétrica, descarbonizada, limpa e inteligente", prevê, ao mesmo tempo que deixa a certeza que "não vamos reconhecer a maneira como utlizamos a energia."

A equipa da EDP numa foto de família com membros das quatro empresas em que investiu e nove com que realizou parcerias no final da 2ª edição do Free Electrons
Alexandre Lopes

Trata-se de dar "poder às pessoas", e o CEO fala mesmo da importância de encontrar soluções que coloquem o cliente no centro. "A digitalização deve ser inclusiva. A questão é como se injeta esta noção", avisa, num campo onde não tem dúvidas que "as utilities já estão na linha da frente."

Para o futuro, António Mexia lembra que "a energia em Portugal está do lado da solução, embora haja quem teime no contrário." E que na busca destas soluções, a aposta neste tipo de competições de empreendedorismo faz cada vez mais sentido, até para afastar a "tentação de tecer narrativas de ganhadores contra perdedores." Com uma certeza: "Demora tempo? Demora."

O Expresso viajou a Berlim a convite da EDP

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: toliveira@impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate