A portuguesa BeON Energy criou um painel solar que se pode ligar a uma tomada elétrica como um qualquer eletrodoméstico e está a partir agora à conquista do mundo
Jornalista
"Qualquer pessoa pode fazê-lo em 15 minutos!", conta Rui Rodrigues. O CEO da BeON Energy refere-se com entusiasmo à razão de ser da sua empresa e o produto que está a colocar a startup portuguesa nas bocas do mundo: a tecnologia que permite ligar um normal painel fotovoltaico a uma qualquer tomada elétrica de forma segura, tal como um eletrodoméstico normal.
A invenção já lhes valeu o Prémio EDP Inovação (antecessor do EDP Open Innovation) em 2014 e a vitória na edição 2017 do Free Electrons (programa internacional que junta 15 startups a grandes operadoras energéticas), num percurso que visa democratizar uma fonte de energia que, apesar de toda a evolução registada, ainda se encontra ao alcance de poucos.
"Dado não existirem incentivos à venda de energia para a rede, tivemos de adaptar o modelo negócio para nos focarmos no autoconsumo", explica. Para atingir esse fim e chegar à utilização doméstica, pensaram num sistema modular "tipo lego" de forma a que seja possível "fazer muitas instalações no mesmo dia" e diminuir "drasticamente todos os custos de um sistema fotovoltaico." O resultado? A energia produzida é energia que não é comprada e reflete-se em poupanças "mês após mês" na fatura.
Uma ideia que Rui Rodrigues considera verdadeiramente inovadora "a nível mundial" e que significa que a porta está aberta a que qualquer pessoa, "e não só eletricistas," possam instalar aparelhos solares. "Compra a caixa com todo o sistema dentro e é só escolher o sitio onde colocar o painel", atira.
É o género de ideias disruptivas no sector da energia que pode conhecer na sétima edição do EDP Open Innovation, o programa de empreendedorismo do Expresso e da EDP cujos dez finalistas se vão reunir em Lisboa entre 17 e 29 de outubro para darem a conhecer os seus projetos e ver quem ganha o grande prémio de €50 mil e três lugares na Web Summit 2018. na senda de ganharem nova tração para a entrada no mercado e aliarem a inovação à validação financeira, tal como a BeON Energy. Em três anos, a empresa tem vindo a duplicar a faturação anualmente e este ano atingiu cerca de €3 milhões e está presente em dezenas de milhares de casas.
Mas não quer ficar por aqui. Sobretudo quando a ambição é fazer de Ponte de Sôr o "Silicon Valley alentejano", garante o CEO. Natural da vila alentejana, está prestes a abrir lá uma fábrica e não esconde a ambição de a tornar num "pólo tecnológico de nível mundial." Plano que contará, em 2019, com uma primeira ronda de investimento de cerca de €5 milhões rumo ao objetivo de tornar a empresa "líder mundial."
Os prémios também têm sido essenciais e a distinção no Free Electrons 2017 como a "melhor startup de energia do mundo" só aumentou o reconhecimento internacional. Agora é ver onde tomada solar vai parar. E acompanhar o Free Electrons (que este ano é organizado pela Beta-I, responsáveis pelos bootcamps do EDP Open Innovation) nos próximos Dias da Energia para ver quais são as grandes tendências do sector.
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