É um fenómeno raro mas não inédito. Esta semana chegou a Inglaterra uma carga de gás natural liquefeito (GNL) proveniente da Austrália, depois de um transbordo na Malásia. Uma longa viagem de mais de um mês do navio metaneiro Attalos, com bandeira maltesa, que é sintomática de como o mercado energético global mexeu na sequência da guerra na Ucrânia. Apostada em cortar a dependência da Rússia, a Europa está tão sedenta de gás que está a ir buscá-lo cada vez mais longe. E os preços recorde que esta fonte energética atinge vão justificando operações logísticas mais complexas. A energia converteu-se, há largos meses, no motor da inflação. Em Portugal pressiona hoje os custos de diversas indústrias, como a cerâmica e a têxtil, mesmo se, por cá, o nosso gás vem maioritariamente da Nigéria e dos Estados Unidos.
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