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Seis meses de guerra na Ucrânia

As ondas políticas da guerra: a UE uniu-se e "o mundo já não é multipolar", mas a 'velha' ordem internacional ainda não caiu

As ondas políticas da guerra: a UE uniu-se e "o mundo já não é multipolar", mas a 'velha' ordem internacional ainda não caiu
Ukraine State Emergency Service / HANDOUT/Getty Images

Passados seis meses de guerra, as peças do puzzle para a resolução do conflito ainda não se encaixaram, mas são várias as mãos que as ajudam a mudar de sítio. As mudanças geopolíticas fazem-se sentir fora da Ucrânia e da Rússia, com uma União Europeia que faz mais jus ao seu nome, a expansão da NATO e uma China a evitar tomar partido de um dos lados. Ainda assim, persistem dúvidas de que a ordem mundial tenha entrado em colapso

As ondas políticas da guerra: a UE uniu-se e "o mundo já não é multipolar", mas a 'velha' ordem internacional ainda não caiu

Salomé Fernandes

Jornalista da secção internacional

A guerra na Ucrânia teve repercussões políticas que se estendem além das fronteiras do conflito armado: houve países que se uniram para lançar sanções económicas contra a Rússia e também quem criticasse a sua imposição, novas adesões à NATO e intervenientes regionais a destacarem-se.

Alena Epifanova, investigadora no German Council on Foreign Relations (DGAP), considera que os desafios que a União Europeia (UE) está a enfrentar estão a gerar uma maior união. “Em geral há um entendimento de que a guerra na Ucrânia é uma grande ameaça à segurança, mas também uma ameaça estratégica para a União Europeia e para o Ocidente como ator nos assuntos geopolíticos, bem como nas questões do multilateralismo e democracia”, disse. Além desta união, observa-se “uma maior securitização e militarização” da União Europeia, uma tendência que Epifanova entende que “veio para ficar”.

Com o rebentar da guerra, a UE não só se uniu como adotou sanções económicas “de uma dimensão sem precedentes”, observou por sua vez Álvaro Vasconcelos, ex-diretor do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, apontado a Hungria como única exceção a esta unidade. “O que foi completamente novo foi por um lado o grau de unidade e, por outro, ter decidido apoiar militarmente a Ucrânia. A própria Comissão Europeia financiar equipamento militar para a Ucrânia”, referiu em declarações ao Expresso.

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