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TikTok ajudou Trump com os eleitores jovens e o presidente “não o quer ver desaparecer”: prazo para venda da aplicação é prorrogado 90 dias

TikTok ajudou Trump com os eleitores jovens e o presidente “não o quer ver desaparecer”: prazo para venda da aplicação é prorrogado 90 dias
Anthony Kwan

Esta será a terceira prorrogação, depois de terem já sido feitas duas de 75 dias cada uma desde o mês de janeiro. Mas Trump não quer mesmo “ver o TikTok desaparecer”, destacou Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca

O Presidente norte-americano, Donald Trump, vai emitir uma ordem executiva que prolonga em 90 dias o prazo para a venda do TikTok, que é propriedade da empresa ByteDance, anunciou a Casa Branca esta terça (17). Os chineses estão obrigados por lei a alienar a posição na versão norte-americana da aplicação a favor de empresários locais.

Esta será a terceira prorrogação, depois de terem já sido feitas duas de 75 dias cada uma desde o mês de janeiro. Mas Trump não quer mesmo “ver o TikTok desaparecer”, destacou Karoline Leavitt, secretária de imprensa da Casa Branca.

A venda do TikTok, imposta pelo Congresso norte-americano, tem vindo a concretizar-se lentamente, o que justifica que Donald Trump volte a adiar este prazo, previsto para quinta-feira, devido à falta de luz verde da China.

“Teremos de obter a aprovação da China, mas penso que a obteremos. Penso que o Presidente Xi acabará por aprová-la, respondeu quando questionado pelos jornalistas no Air Force One se o prazo seria novamente alargado.

A rede social continua, aliás, sujeita a ser proibida nos Estados Unidos, ao abrigo de uma lei aprovada pelo Congresso em 2024, caso a sua empresa-mãe, a ByteDance, não renuncie ao controlo.

TikTok chegou a estar “fora do ar” antes das duas primeiras prorrogações

A primeira vez que adiou o prazo foi através de uma ordem executiva a 20 de janeiro, o primeiro dia desde que regressou ao cargo, depois de a plataforma ter estado brevemente fora do ar quando a proibição aprovada pelo Congresso e mantida pelo Supremo Tribunal dos EUA entrou em vigor.

A segunda foi em abril, quando os responsáveis da Casa Branca acreditavam estar perto de um acordo para transformar o TikTok numa nova empresa com propriedade norte-americana, que falhou depois de a China ter recuado após o anúncio das tarifas de Trump.

De acordo com vários órgãos de comunicação social norte-americanos, nessa altura tinha sido assinado um memorando de entendimento que previa a separação do TikTok US do grupo ByteDance, com uma reestruturação do seu capital. As participações dos investidores não chineses aumentariam de 60% para 80%, com a ByteDance a manter os atuais 20%.

Esperava-se que o grupo de TI Oracle, que já aloja os dados do TikTok US nos seus servidores americanos, assumisse o comando, juntamente com a gestora de ativos Blackstone e o empresário Michael Dell.

De acordo com a agência Associated Press (AP), não é claro quantas vezes Trump irá prolongar o prazo para a venda, enquanto o Governo continua a tentar negociar um acordo para o TikTok.

Até agora, a ByteDance nunca concordou com o princípio de alienar esta 'joia' tecnológica, como solicitado pelo Congresso, que está preocupado com a utilização de dados pela China ou com uma tentativa de influenciar a opinião pública norte-americana.

Trump acumulou mais de 15 milhões de seguidores no TikTok desde que entrou no ano passado e atribuiu à plataforma pioneira o mérito de o ter ajudado a ganhar força entre os eleitores jovens. Em janeiro, o republicano admitiu que tem "um carinho pelo TikTok".

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