Geração E

“Pátria” é o novo filme de Bruno Gascon: quer que as pessoas parem para pensar que “a liberdade não é um dado adquirido”

“Pátria” é o novo filme de Bruno Gascon: quer que as pessoas parem para pensar que “a liberdade não é um dado adquirido”

Filme estreia esta quinta (19) nas salas portuguesas. Através de uma realidade distópica, “Pátria”, de Bruno Gascon, pretende que as pessoas olhem para os “problemas da sociedade”

Cátia Barros

Jornalista

Trata-se de uma realidade distópica com o objetivo de “levar as pessoas a pensar”. O filme “Pátria”, que chega aos cinemas esta quinta-feira, pretende mostrar que “a liberdade não é um dado adquirido”. Ao Expresso, o realizador e argumentista Bruno Gascon explicou que o filme pretende retratar “um país dominado pela opressão de uma ditadura”.

Através de uma ficção “sombria”, o filme aborda a xenofobia e as restrições à liberdade de expressão. “Estamos neste momento a caminhar para o lado do extremismo. É importante falar sobre estes temas. Neste filme quero alertar as pessoas para que elas percebam o que aconteceria se vivêssemos numa ditadura”.

Bruno Gascon alerta que, “normalmente, quando se fala em distopias, fala-se de um género mais sci-fi, mas aqui este não é o objetivo”, diz. “Quero entrar por um lado realista e mostrar esse realismo numa distopia. Precisamos de falar sobre a perda de liberdade e de direitos”.


Para a construção desta distopia, Gascon diz que se inspirou “na História”. Bruno Gascon pretende que o filme “funcione como uma espécie de alerta”, porque a história pode vir a repetir-se. “É preciso parar e pensar naquilo que estamos a fazer e para onde vamos. O 25 de Abril vai fazer agora 50 anos e é importante que as pessoas não se esqueçam da história”.

“Há cada vez posições mais extremadas: ou estão comigo ou estão contra mim”, destaca, acrescentando que “é importante que as pessoas entendam que há zonas cinzentas, para perceberem que é muito importante que exista diálogo”.

O filme, que se passa num país dominado por uma ditadura, acompanha a jornada de um homem que “é confrontado com o crescimento de um grupo extremista que domina as ruas”. No fim, de acordo com a sinopse do filme, só terá uma escolha: “liberdade ou morte”.

O realizador do filme explica que quer transmitir a mensagem que “um dia pode ser tarde”. “Podemos chegar a um ponto sem retorno. A um ponto em que, efetivamente, os nossos direitos e a nossa liberdade serão totalmente retirados”.

Nesta longa-metragem, que é descrita como uma análise da condição humana e da luta pela liberdade, participam Tomás Alves, Rafael Morais, Michalina Olszanska, Matamba Joaquim, João Vicente, Iris Cayatte, Raimundo Cosme. O filme, produzido pela Caracol Studios, vai ser distribuído pela NOS Audiovisuais.

Bruno Gascon é, também, autor das longas-metragens “Carga” (2018) e “Sombra” (2021). “Pátria” teve o desafio de ser rodado “em plena pandemia, durante o segundo confinamento”. Esta produção contou com o apoio da RTP, do Pic Portugal e do município de Barcelos, onde foi integralmente rodada.

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