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Reações ao óbito de Teodora Cardoso: PR, Conselho de Finanças Públicas, Banco de Portugal, ministro das Finanças e Cavaco Silva

Reações ao óbito de Teodora Cardoso: PR, Conselho de Finanças Públicas, Banco de Portugal, ministro das Finanças e Cavaco Silva
MIGUEL A. LOPES/LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa recorda economista “reconhecida e respeitada”, Conselho das Finanças Públicas (CFP) lembra “papel determinante no estudo, acompanhamento e defesa da economia portuguesa”, o Banco de Portugal realça o “brilhante percurso” da primeira administradora do banco central e presidente do CFP, Fernando Medina diz que foi "uma economista incontornável" na história da democracia portuguesa e Cavaco Silva enalteceu a "notável independência" da economista, ao não ceder aos "ataques e tentativas de interferência do poder político"

O Presidente da República lamentou este sábado a morte de Teodora Cardoso, recordando a economista “reconhecida e respeitada”, com uma “vida dedicada” ao país e à causa pública, “nos anos mais recentes com relevância nas finanças públicas”.

Segundo uma nota divulgada pela Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa apresenta “aos familiares e amigos mais próximos as mais sentidas condolências”, lembrando que em 2019 agraciou a economista e primeira presidente do Conselho de Finanças Publicas (CFP) com a Grã-Cruz da Ordem Infante D. Henrique “pelo relevante serviço a Portugal”.

A economista portuguesa e primeira presidente do CFP morreu este sábado, em Lisboa, aos 81 anos, segundo adiantou à agência Lusa fonte do Banco de Portugal (BdP).

Numa nota de condolências, publicada na sua página na internet, o Conselho das Finanças Públicas (CFP) “manifesta o seu mais profundo pesar” pela morte de Teodora Cardoso, a “sua primeira distinta presidente” entre 2012 e 2019. Lembra que a economista esteve na “génese do CFP ao integrar, em 2011, o grupo de trabalho criado para elaborar os estatutos desta instituição”, que nasceu na sequência do programa de ajustamento financeiro de Portugal (2011-2014).

“Teodora Cardoso desempenhou ao longo da sua vida profissional um papel determinante no estudo, acompanhamento e defesa da economia portuguesa, no trabalho desenvolvido na Fundação Calouste Gulbenkian, no Banco de Portugal e no CFP, bem como em inúmeras intervenções públicas”, assinala a nota.

“Por todo o trabalho que desenvolveu ao longo da sua vida, o CFP manifesta o seu apreço e gratidão prestando homenagem à mulher e economista que muito marcou e contribuiu para afirmar a independência desta instituição”, acrescenta a nota.

Já o Banco de Portugal evocou o “brilhante percurso” de Teodora Cardoso, recordando, numa nota de pesar, as cinco décadas de ligação da economista àquela instituição.

“O governador e todo o Conselho de Administração do Banco de Portugal manifestam o seu mais profundo pesar pelo falecimento de Teodora Cardoso, a primeira mulher administradora do Banco, após uma longa carreira como economista da instituição”, refere a nota. Num momento que classificou “de perda e consternação”, o BdP realçou “o brilhante percurso de uma economista que esteve ligada à instituição ao longo das últimas cinco décadas”.

Teodora Cardoso ingressou no BdP em 1973, como técnica do Departamento de Estatística e Estudos Económicos, que acabaria por dirigir. Em junho de 2008 foi nomeada para o Conselho de Administração, onde permaneceu até fevereiro de 2012. Saiu para ser a primeira presidente do CFP, função que desempenhou até março de 2019, mantendo sempre a ligação ao Banco de Portugal.

Já este domingo, foi a vez do ministro das Finanças, Fernando Medina, recordar o legado de Teodora Cardoso, que considerou "uma economista incontornável" na história da democracia portuguesa, e lamentou profundamente a sua morte, ocorrida sábado em Lisboa.

"O ministro das Finanças e a equipa do Ministério das Finanças lamentam profundamente a morte de Teodora Cardoso, um exemplo e uma economista incontornável na história da democracia portuguesa", refere uma nota do gabinete de Fernando Medina.

Para o Ministério das Finanças, Teodora Cardoso "representou e continuará a representar um referencial de seriedade, rigor e exigência não só para economistas, como para todos os envolvidos no desenho e implementação de políticas públicas".

Entre os contributos para a causa pública, o ministério tutelado por Fernando Medina destaca, nos últimos anos, a presidência do Conselho de Finanças Públicas, organismo do qual foi fundadora, e no âmbito do qual pugnou "pela defesa de princípios de transparência, independência, sustentabilidade e responsabilidade na condução da política orçamental".

O ex-Presidente da República e economista Aníbal Cavaco Silva enalteceu este domingo a competência e a "notável independência" da economista Teodora Cardoso, ao não ceder aos "ataques e tentativas de interferência do poder político".

Numa mensagem enviada à agência Lusa, na qual endereça "com tristeza" as "sentidas condolências" à família de Teodora Cardoso, que morreu no sábado aos 81 anos, Cavaco Silva refere que a economista "contribuiu decisivamente para a consolidação e credibilidade do Conselho das Finanças Públicas", a que presidiu, ao demonstrar "competência e uma notável independência, não se curvando perante os ataques e tentativas de interferência do poder político".

O ex-chefe de Estado e ex-primeiro-ministro destaca, ainda, que Teodora Cardoso "foi uma das pessoas mais qualificadas" em matéria de "teoria e política monetária e da sua aplicação prática", domínios cuja "colaboração e competência" da economista afirma ter muito beneficiado quando era diretor do Departamento de Estatística e Estudos Económicos do Banco de Portugal.

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