13 outubro 2018 0:00
Nota em reação a um e-mail do secretário geral do PSD
13 outubro 2018 0:00
O secretário-geral do PSD enviou esta semana um e-mail a quase 40 mil militantes do partido em que acusa o Expresso de publicar mentiras e injuria um jornalista da nossa redação, acusando-nos de violar o código deontológico. O Expresso está disponível à crítica, não ao insulto.
O e-mail, assinado por José Silvano, refere-se ao artigo “Como Rio lidera o PSD”, publicado neste semanário a 29 de setembro. E reproduz um Direito de Resposta enviado ao Expresso, que a direção recusou por motivos legais, com o apoio do Conselho de Redação e de um parecer jurídico. Um desses motivos é precisamente conter expressões injuriosas, outro é o facto de José Silvano desmentir o que não está em condições de desmentir. O Direito de Resposta é um instituto jurídico, obedece a requisitos previstos na lei que neste caso não eram cumpridos. Podia o PSD ter enviado um novo Direito de Resposta que se remetesse aos factos contestados, ou apresentar recurso para a ERC. Mas em vez de agir como a lei prevê para estes casos, preferiu escrever aos militantes conteúdos injuriosos. Insultar não é argumentar. O Expresso mantém os termos do artigo publicado, respalda-se na lei em defesa do seu bom nome e do dos seus profissionais, e recusa tentativas de isolar um jornalista: nesta casa somos todos Expresso e por todos responde a direção. Estaremos sempre disponíveis para publicar Direitos de Resposta dentro da lei, para reagir ou reconhecer críticas, para gerir tensões habituais na nossa profissão. Mas não para acolher injúrias ou difamações. Os leitores, incluindo os militantes do PSD, estão em condições de avaliar a conduta do Expresso. E, depois desta nota editorial, a avaliar também a conduta de dirigentes do PSD. Como sempre, o nosso trabalho prossegue, na linha do que os nossos leitores bem conhecem e sem cedências a jogadas ou a pressões.