Volodymyr Zelensky admite estar a tentar que o acordo de exploração de minerais e terras raras que está a ser negociado com os EUA inclua garantias de segurança para a Ucrânia, mas o tema ainda está em discussão. Para além disso, numa conferência de imprensa em Kiev que esteve presente a BBC, não confirma a deslocação a Washington para o assinar esta sexta-feira.
O Presidente da Ucrânia não revelou se uma ausência de garantias de defesa pode fazer cair o acordo: "Quero encontrar um caminho para a NATO ou algo similar. (...) Se não tivermos garantias de segurança não vai haver um cessar-fogo e nada vai funcionar, nada".
O Presidente da Ucrânia fala de um "quadro" de entendimento que ainda tem de ser limado - "ainda é muito cedo para falar de dinheiro" - e espera que haja "futuros acordos", que podem redundar em "sucesso". "Vai depender da nossa conversa com o Presidente Trump", frisou.
"A minha pergunta (a Donald Trump) será bastante direta: os Estados Unidos vão parar o apoio ou não? Podemos comprar armas e obter mais ajuda?", explicou o líder ucraniano depois, falando em inglês e referindo-se ao apoio à resistência à invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.
Zelensky explicou que as receitas do acordo de recursos serão depositadas num fundo conjunto EUA-Ucrânia e que a Ucrânia não será "devedora" da ajuda prestada durante a presidência de Biden (2021-2025).
Kiev espera que o acordo melhore as suas relações com o atual Governo dos EUA, que se deterioraram após violentos ataques verbais do Presidente Trump ao seu homólogo ucraniano nas últimas semanas.
Também o primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal, confirmou que a Ucrânia tinha chegado a um "acordo preliminar" com os EUA para criar um fundo de investimento com a exploração dos recursos naturais ucranianos, mas insistiu na exigência de garantias de segurança. “Não pensamos assinar qualquer acordo sem garantias de segurança”, disse a uma televisão ucraniana, citado pela agência noticiosa estatal local Ukrinform.
O chefe do governo ucraniano disse que as duas partes chegaram a acordo sobre “uma variante final” do documento. E que a Ucrânia e os Estados Unidos terão direitos e obrigações iguais no fundo, tanto na tomada de decisões como na contribuição de capital.
“O ponto 10 (…) também refere que o acordo sobre o fundo é um elemento integrante da arquitetura dos acordos bilaterais e multilaterais, bem como as medidas concretas para alcançar uma paz duradoura e reforçar a estabilidade económica e de segurança”, acrescentou.
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