Pedro Filipe Soares considera que as medidas do Governo para a habitação dificilmente terão um efeito visível. Umas, como o arrendamento coercivo, porque decorrem do que “já estava na lei e não era cumprido”, outras porque não arrefecem o mercado. À direita, acusa o líder da bancada parlamentar, há “desorientação”.
Questionado sobre se não era responsabilidade da geringonça também ter mudado o paradigma da habitação, e outros, responde. “Era, e é. O PS não quer mudar o país. E a relação de forças que havia nesse momento não permitia ter o debate nesses termos.”
A entrevista ao Expresso, em que Pedro Filipe Soares fala da vida interna do Bloco e do combate com o Governo e com a extrema-direita, é publicada na edição em papel deste fim de semana. Abaixo o segmento sobre a habitação.
O pacote de habitação do Governo não resolve nenhum problema?
O pacote tem muitos pontos de crítica, mas o debate político em torno dele mostra a desorientação da direita. Tudo para a direita é transformável em guerras culturais. Tivemos durante anos uma guerra cultural contra a educação sexual nas escolas: agora temos um relatório sobre os abusos de menores na Igreja e creio que a conclusão óbvia é que, se houve alguma coisa que o Estado podia ter feito melhor, era garantir maior educação sexual, adaptada à idade de cada criança, para as tornar mais capazes de se defender e de reagir perante abusos. Agora, a mesma direita, está a fazer uma guerra cultural sobre o direito à habitação. Com toda a propaganda e terminologia que vimos noutros países. A ideia de que vem aí o “chavismo” do PS é desfasada e absurda. O que o PS propõe é algo que já está previsto na lei, que infelizmente não tem sido cumprido.
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