O cabeça de lista do CDS, Nuno Melo, aproveitou uma visita à Embraer, em Évora, para regressar ao tema dos incêndios e aos meios aéreos. “Quando, no combate aos fogos, não há meios aéreos nem Siresp, é sinal de que não temos Ministro da Administração Interna, nem temos Governo”, afirmou esta quinta-feira, no final da visita à porta fechada à empresa aeronáutica, no quinto dia de campanha para as eleições europeias.
“É muito grave quando tratamos de um tema que tragicamente significou mais de 100 mortos em 2017. Passaram dois anos e o Governo não aprendeu com os próprios erros, tendo em conta que o que mais falhou foi o ataque aos fogos e a coordenação dos meios. Agora, não há meios alocados e o Siresp está pior do que em 2017.”
Na sua primeira ação de campanha no Alentejo, Melo criticou a falta dos dois helicópteros que auxiliam o combate aos fogos na região. “Em muitos espaços sinuosos do Alentejo, inacessíveis por meios terrestres, os helicópteros são uma forma eficaz de atacar os fogos.”
Tanto Nuno Melo como Assunção Cristas têm vindo a insistir no tema dos incêndios florestais desde terça-feira, quando a líder do CDS se juntou à campanha e visitou Oliveira do Hospital, um dos concelhos afetados pelos fogos de outubro de 2017. Além de sublnhar os atrasos na reconstrução das casas, Cristas aproveitou para criticar o Governo por causa do “estado de pré-falência do Siresp, lembrando aguardar ainda uma resposta de António Costa à pergunta que fez no debate quinzenal, na Assembleia da República, na passada segunda-feira.
A visita à empresa de Embraer, fabricante da indústria aeronáutica, foi uma forma de “falar do interior de forma positiva”, segundo Nuno Melo, dando como exemplo um caso “com uma componente social e de alta tecnologia” com impacto “no desenvolvimento da região e na fixação de pessoas”. E voltou a sublinhar a importância dos fundos europeus, até para financiar a compra de equipamentos de alta tecnologia usados nesta indústria.
Nas declarações aos jornalistas, Melo aproveitou para se congratular com a discussão sobre a retirada da condecoração a Joe Berardo, considerando ter sido o CDS “o primeiro partido a referir o problema das condecorações”. A referência à “ligeireza” com que se atribuem condecorações em Portugal foi feita por Nuno Melo no discurso durante o jantar de terça-feira, em Rio Maior.
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