Fernando Medina assumiu a derrota como "pessoal" e os números são inequívocos: de 2017 (a sua primeira eleição) para 2021, perde exatamente 25.215 votos, face aos 106.110 anteriores. As percentagens, muitas vezes, enganam: Medina passa dos 42% para os 33,3% no total do concelho, mas a sua perda de eleitorado no domingo é superior a 20%.
Mas olhando para os números absolutos de votos, houve uma segunda surpresa em Lisboa: a dimensão do abandono de Medina não tem paralelo com a votação em Carlos Moedas. O agora presidente eleito da CML teve apenas mais 2801 votos do que a soma dos eleitores de Assunção Cristas e Teresa Leal Coelho em 2017.
Mais: sendo verdade também que a CDU sobe nesta eleição, também essa subida não é significativa em termos absolutos: mais 1418 votos contados para João Ferreira face há quatro anos. E, mais, nestas autárquicas, o Bloco perde votos (2962) e o PAN também (1042). Dito de outra forma, os votos de Medina também não fugiram (pelo menos única e exclusivamente) para a esquerda.
Assim sendo, fica a dúvida: para onde foram os votos de Medina?
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