O líder comunista jogou em casa, mas, mesmo assim, forçou o ataque..Em Santiago do Cacém, a autarquia onde a CDU está "confortável" em mais esta corrida autárquica (a Câmara é comunista, desde o 25 de abril) Jerónimo de Sousa fez o discurso politico mais forte e o ataque mais direto ao PS e ao Governo. Motivo? O aproveitamento da máquina do Estado para fins eleitorais que, na opinião do secretário geral do PCP "tem vindo a aumentar à medida que a campanha avança"
"Ao contrário do PS, no poder local ou no Governo, os eleitos da CDU não agitam os milhões do PRR para levar ao engodo os eleitores", começou por referir Jerónimo de Sousa. A denúncia do "abuso dos meios do Estado" pela campanha socialista corre ao lado do acréscimo da "arrogância, do Governo e do PS" assim como de uma "sobranceria que se aproxima dos tiques de má memória que conhecemos nos Governos do PSD e CDS".
A assistência redobrou a atenção e aplaudiu as palavras do líder que não se ficou por aqui e enunciou casos de "inaceitável mistura do aparelho do Estado e do aparelho partidário", seja com candidatos que avançam com "anúncio de medidas e decisões que o Governo se preparar para tomar". Há ainda dirigentes socialistas, detentores de cargos públicos, seja em centros de emprego ou de segurança social a prometer, em plena campanha autárquica, "apoios, empregos e o que demais possa condicionar a livre opção dos eleitores".
Os comunistas exigem "que seja mantida a imparcialidade e a neutralidade" que a lei exige. E, mesmo sem se referir aos alertas já feitos pela Comissão Nacional de Eleições ao próprio primeiro-ministro, terminou com um aviso, em modo imperativo. "Deixem a população decidir em paz! Não metam os recursos financeiros e os meios do Estado naquilo em que não deve ser metido".
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