César e Paulo andam de cadeira de rodas. Têm de andar por Lisboa para treinos, para trabalho ou lazer e encontram sempre muitas dificuldades. Já caíram nos passeios, já saíram em estações de metro diferentes por não conseguirem sair nas que precisam, já foram maltratados nos autocarros, já sofreram de espasmos pelo trepidar da calçada. Tudo problemas que referiram esta tarde a João Ferreira, numa curta volta à chuva no Cais do Sodré.
O candidato comunista ouviu-os, mas, mais do que isso quis que os jornalistas os ouvissem e a conclusão é: “Esta ainda não é uma cidade para todos e entre as múltiplas exclusões da cidade, estão os cidadãos com deficiência”, disse aos jornalistas.
O comunista aponta ao não cumprimento da lei que obrigava à adaptação dos espaços públicos para pessoas com mobilidade reduzida. “Não constituiu uma prioridade para a maioria que tem gerido a câmara”, acusa.
Outro dos pontos que não aconteceu foi a inclusão da Carris Adaptada - um serviço especial da Carris para quem tem problemas de mobilidade - no programa dos passes sociais. João Ferreira diz que não há dúvidas que a paternidade da ideia da redução dos preços dos passes começou com o PCP - referindo aliás que foi o próprio Fernando Medina a reconhecê-lo -, mas quem deveria ter colocado os passes para aquele serviço da Carris devia ter sido o executivo camarário, que gere o programa. “Não deviam ter ficado de fora”, admite.
Nestes dois dias de campanha, João Ferreira quis afastar a ideia que esta campanha em Lisboa é “uma corrida a dois”. Questionado sobre se teme que esta seja uma campanha que se bipolarize, o candidato comunista diz que o que está a fazer é a mostrar que a CDU “é uma força alternativa na cidade”.
Não coloca objetivos a atingir nestas eleições. Nem percentagem de votos, nem número de vereadores: “Estamos a trabalhar para um reforço da CDU. Tenho confiança que isso venha a acontecer”, acredita.
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