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Autárquicas 2021

Medina vs Moedas: o "diretor de marketing" contra o "camaleão"

No primeiro frente-a-frente entre os dois principais candidatos à câmara de Lisboa, Carlos Moedas acusou o adversário de ser "diretor de marketing" da câmara, mas foi pouco "diretor de marketing" de si próprio. Fernando Medina disse que Moedas era um "camaleão", mas ele é que apareceu politicamente transfigurado, mais agressivo do que nunca. Um debate em que o socialista começou a derrapar, mas que controlou a partir dos erros de um social-democrata menos experiente.

Medina vs Moedas: o "diretor de marketing" contra o "camaleão"

Vítor Matos

Jornalista

Clímax do debate, o momento decisivo: quando Carlos Moedas puxa de uma fotografia de uma casa camarária degradada onde uma família numerosa vive sem o mínimo de condições, para tentar escapar do plano inclinado em que se tinha deixado encurralar. Naquele momento, Fernando Medina confrontava o candidato do PSD com um erro: Moedas alegava que quem compra uma casa por €250 mil em Lisboa pode pagar menos que os €800 mensais das rendas controladas camarárias. "Não custa nada. A renda está limitada a 30% do salário líquido", corrigia Medina. "Pessoas que ganham €1100 pagam €330. Não conhece o programa [Renda Acessível], não conhece a realidade, nem conhece a população a quem se quer dirigir".

A partir daqui, o socialista que preside à câmara de Lisboa tinha o controlo do jogo no frente-a-frente realizado na TVI, que nem sequer lhe tinha começado de feição (com as questões sobre as investigações judiciais ao ex-vereador Manuel Salgado). "Nesta casa vivem seis pessoas e não têm teto na cozinha, o Fernando Medina não conhece esta situação, eu conheço", denunciava Carlos Moedas, com a fotografia na mão. Perante o embaraço de a autarquia deixar casas camarárias chegarem àquele estado, Medina também não respondeu diretamente: "Descobriu que há pobreza nas cidades!...". Nova investida de Moedas: "Não responde às pessoas, tem 1600 casas fechadas na Gebalis [empresa que gere os bairros sociais]". Medina volta a corrigi-lo: "Não, não tenho 1600 casas fechadas na Gebalis!..."

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