A União Europeia está a preparar um conjunto de sanções contra a Rússia devido à invasão da Ucrânia, mas, para já, não deve bloquear o acesso dos bancos russos à rede interbancária SWIFT. A notícia foi avançada esta quinta-feira pela Reuters, que cita diversas fontes europeias. Recorde-se que, em 2012, os bancos iranianos foram desligados do SWIFT como uma sanção comunitária sobre o programa nuclear de Teerão.
Esta quinta-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países bálticos lançaram em conjunto um apelo internacional no sentido da exclusão da Rússia do SWIFT, mas outros estados-membros estão mais reticentes. A decisão de exclusão, a ser tomada, afetaria profundamente o sistema bancário russo, que ficaria privado de divisas estrangeiras. Porém, trata-se de uma faca de dois gumes, pois o bloqueio teria repercussões nas transações da Rússia e, por maioria de razão, nos credores europeus. Para os analistas, acresce que a Rússia, em colaboração com a China, está a desenvolver um sistema de pagamentos interbancários alternativo.
“A urgência e o consenso são prioritários neste momento”, disse um diplomata europeu citado pela Reuters, acrescentado que, nesta fase, é descartada qualquer iniciativa sobre o SWIFT devido às graves repercussões que tal decisão implica, inclusivamente na Europa. Outro diplomata europeu citado pela Reuters disse não ter conhecimento de qualquer acordo nesta matéria.
De acordo com os dados do Banco de Pagamentos Internacionais, os credores europeus concentram a grande maioria dos 30 mil milhões de dólares de exposição de bancos estrangeiros na Rússia.
Bruxelas adotou novas sanções contra a Rússia, após o reconhecimento por Moscovo da independência das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk. Sanções adotadas antes da invasão da Ucrânia e que se aplicam aos 351 deputados da câmara baixa do Parlamento e a 27 sociedades e particulares.
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