O ministro das Infraestruturas, João Galamba, defendeu esta quarta-feira, no Parlamento, que a privatização da TAP deixará salvaguardados os interesses nacionais, nomeadamente mantendo o hub (plataforma) de Lisboa e a “identidade portuguesa”. “Garantimos que a bandeira de Portugal continuará a voar”, declarou o governante, em audição na Assembleia da República.
Na intervenção inicial da sua audição, João Galamba indicou ainda que o Governo aguarda a avaliação da Parpública, para avançar com a privatização da companhia aérea, o que deverá acontecer durante o verão. Em abril o Governo já havia avançado que esperava ter a avaliação da TAP e o caderno de encargos prontos em julho.
No arranque da audição, João Galamba foi questionado sobre as declarações que proferiu na terça-feira sobre o futuro aeroporto, afirmando ser muito pouco provável a escolha de Santarém, uma localização que, sublinhou Galamba, fica “muito longe” de Lisboa.
“Setenta ou oitenta quilómetros de distância é longe de Lisboa e isso em nada condiciona os trabalhos da Comissão Técnica Independente. Além disso, a CTI não se pronuncia sobre distâncias. Eu não interferi [no trabalho da Comissão]”, comentou João Galamba.
No Parlamento, o ministro das Infraestruturas defendeu ainda o trabalho que o Governo está a fazer noutras áreas sob a sua tutela. “A ferrovia assume um papel determinante para uma transição justa e verde”, notou João Galamba, assinalando que o país tem “mais de 550 quilómetros de linha ferroviária em obras”, o que corresponde a “1500 milhões de euros de obra em curso”, a que se soma o processo para compra de 117 novos comboios por parte da CP.
O ministro referiu também, na sua intervenção inicial, o diálogo com as estruturas sindicais da CP, reiterando a “total disponibilidade” do Governo para contribuir para a paz social na empresa ferroviária. Um dos aspetos já resolvidos, salientou Galamba, foi o diferendo que opunha os trabalhadores dos bares dos comboios da CP com a empresa prestadora desse serviço. Segundo o ministro, esses trabalhadores já receberam em maio os últimos salários em atraso.
No Parlamento, Galamba também indicou que o Governo está “a terminar a avaliação das propostas da ANA Aeroportos para a melhoria operacional do aeroporto de Lisboa”. E salientou a vontade do executivo de “transformar os portos portugueses em centros de excelência e competitividade”.
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