Transportes

CP responde a sindicato ferroviário: acusações de falhas de segurança e de “discriminação salarial” são “falsas, infundadas e difamatórias”

CP responde a sindicato ferroviário: acusações de falhas de segurança e de “discriminação salarial” são “falsas, infundadas e difamatórias”
António Pedro Santos/Lusa

Aumento salarial intercalar é "uniforme para todos os trabalhadores, num montante aproximado de 50 euros" e "os aumentos salariais de 2023 foram maiores nos trabalhadores com salários mais baixos", salienta a empresa

A CP - Comboios de Portugal disse hoje que as acusações do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) de discriminação salarial e violação das regras de segurança da circulação são "falsas, infundadas e difamatórias".

Em comunicado hoje divulgado, a CP responde, por sua vez, ao comunicado emitido na segunda-feira pelo SFRCI, que tem em curso uma greve parcial de um mês, até 05 de julho, defendendo que é "crucial restabelecer a verdade".

A empresa começa por referir que o "SFRCI não fala em nome de todos os trabalhadores da CP" e que a estrutura sindical representa "apenas uma fração" dos trabalhadores, sendo um dos 16 sindicatos com representatividade na empresa, dos quais 15 "já ratificaram o acordo de empresa relativo ao aumento salarial".

"Portanto, o SFRCI, ao optar por não o fazer, discrimina os seus associados, colocando-os numa situação de desvantagem salarial face aos demais colegas", diz a CP.

A empresa afirma que as acusações do sindicato de que existe "discriminação salarial" e "violação das regras de segurança da circulação" na CP "são falsas, infundadas e difamatórias".

"O aumento salarial intercalar proposto pela CP é uniforme para todos os trabalhadores, num montante aproximado de 50 euros" e "ao contrário do que afirma este sindicato, os aumentos salariais de 2023 foram maiores nos trabalhadores com salários mais baixos", salienta a empresa.

A CP garante ainda que o regime de "agente único" em marchas de comboios vazios são operações realizadas pela CP há mais de 20 anos, "sem que tenha havido qualquer incidente de segurança".

"Outra falsidade propagada pelo SFRCI é a suposta ameaça aos postos de trabalho dos revisores", acrescenta a CP, indicando que a empresa está, neste momento, a recrutar 70 novos revisores, devido à falta de pessoal.

"Reconhecemos o direito à greve, garantido pela Constituição da República Portuguesa, e respeitamos a decisão de cada trabalhador. No entanto, não podemos aceitar a desinformação e a manipulação promovidas pelo SFRCI, prejudicando os passageiros e todos aqueles que dependem dos serviços da CP para o seu quotidiano", sublinha a empresa.

Na segunda-feira, o SFRCI apelou para a intervenção do Ministério das Infraestruturas para resolver os problemas dos trabalhadores, de forma a que seja alcançada "a paz social" na CP.

O SFRCI promove uma greve parcial na CP - Comboios de Portugal, entre 05 de junho e 05 de julho, que abrange revisores, trabalhadores das bilheteiras, manobradores, trabalhadores da revisão de material, entre outras categorias profissionais.

O sindicato acusa a CP de "discriminação salarial imposta pela administração" e de "violação do acordo referente às regras de segurança da circulação" negociado entre 2017 e 2018.

"A redução das regras de segurança ferroviária coloca em causa a segurança dos utentes, ficando bem patentes, na situação ocorrida sábado, dia 03 de junho 2023, no comboio da Fertagus. Nessa situação, na ausência do agente de acompanhamento, os utentes perante um incidente ficaram abandonados horas a fio e entregues a si próprios, a circular pela via", refere o SFRCI.

Entre as reivindicações do sindicato estão a "inclusão da hora de refeição, como parte integrante do horário de trabalho diário dos trabalhadores afetos às bilheteiras", o pagamento dos abonos (variáveis) "em dívida" a associados do SFRCI e a melhoria das condições de trabalho e equipamento das bilheteiras, salas sociais e dormitórios.

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