A comissão de vencimentos da TAP definiu um salário para os administradores da companhia aérea: a remuneração fixa mantinha-se em linha com os salários atribuídos antes da pandemia, mas era só na teoria; na prática, sofreriam um corte de 30% face aos montantes pré-covid-19. O corte foi assim fixado na sequência do plano de reestruturação, que previa uma redução de 25% da massa salarial para a generalidade dos trabalhadores. No entanto, na negociação da saída, no início de 2022, a indemnização à gestora Alexandra Reis foi calculada com base no salário sem o corte.
Os advogados da TAP e os da antiga gestora, que renunciou a pedido da presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, foram quem definiu o montante da indemnização, dentro das balizas que foram sendo dadas pelo então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, que se mantinha em contacto com o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e que estava a par da situação.
A comissão de vencimentos, cujo presidente, Tiago Aires Mateus, é ouvido esta quarta-feira na comissão parlamentar de inquérito (CPI), não foi envolvida. O acordo foi considerado ilegal e Alexandra Reis tem de devolver parte da indemnização, mas ainda não sabe quanto, e não o vai fazer enquanto não ficar claro quanto será. A gestora recebeu cerca de 312 mil euros, já então com o pagamento ao fisco feito.
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