O negócio de alteração da encomenda e troca da frota da TAP que o empresário David Neeleman fez com a fabricante de aviões Airbus na altura da privatização da companhia portuguesa — 12 aviões A350 por 53 novos contratos para aeronaves A330neo e A320neo —, em 2015, está sob os holofotes sete anos depois. Tudo porque, entretanto, se ficou a saber que foi o dinheiro ganho com essa operação que a Atlantic Gateway (empresa de Neeleman e Humberto Pedrosa) entregou para capitalizar a companhia. Um segredo bem guardado, mas do qual estavam a par todos os principais intervenientes na privatização do Governo de coligação PSD/CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, e na reversão da privatização já no Governo de António Costa, em 2017. A operação permitiu ao Estado ficar com a maioria do capital da TAP, perdendo a Atlantic Gateway os 61%. A TAP, pediu a um escritório de advogados britânico para avaliar a hipótese de contestar o negócio e pedir a sua nulidade num tribunal arbitral.
Foram, soube-se agora, os 226,75 milhões de dólares resultantes da troca de frota que a TAP tinha encomendado à Airbus, em 2005, que David Neeleman usou para entrar na transportadora aérea portuguesa em 2015. Dinheiro esse que veio dos fundos da Airbus, entregues por esta à DGN, uma empresa de Neeleman, e depois canalizado para a TAP, via Atlantic Gateway, através de prestações acessórias, noticiou o “Eco”.
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