Entre as muitas medidas introduzidas durante os três anos em que durou o resgate da troika a Portugal, de 2011 a 2014, as de âmbito laboral foram das mais contestadas e das que maior apreensão social causaram entre os portugueses. Mexeu-se nos critérios de despedimento, na duração do subsídio de desemprego, cortaram-se dias de férias e feriados, reduziu-se a compensação por despedimento e o prémio salarial associado ao trabalho suplementar. No Estado, pôs-se travão às contratações para a Administração Pública (AP), congelaram-se as progressões na carreira e cortaram-se salários.
O objetivo de, por um lado, reduzir a despesa do Estado e, por outro, flexibilizar o mercado de trabalho, impactou diretamente os trabalhadores, tanto na Administração Pública como no sector privado. Uma década passada sobre o fim do resgate financeiro a Portugal, uma parte significativa das medidas impostas foram já total ou parcialmente revertidas. Mas as que persistem, continuam a ser contestadas pelos partidos à esquerda e pelos sindicatos.
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