O número de inscritos nos serviços públicos de emprego do país voltou a superar a fasquia dos 300 mil desempregados, algo que não acontecia desde março deste ano, altura em que os centros de emprego do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) contabilizavam 306.157 inscritos. Em setembro, o desemprego registado no país - medido pelo número de inscritos nos centros de emprego - aumentou 4,5% em termos homólogos, ou seja face ao mesmo mês de 2022, e 1,6% em cadeia, tendo como referência agosto deste ano. Segundo os indicadores divulgados esta segunda-feira pelo IEFP, em setembro estavam inscritos nos centros de emprego 300.113 desempregados, mais 12.873 do que há um ano.
O total de desempregados registados em setembro foi superior ao verificado no mesmo mês de 2022 (+12.873; +4,5% ) e também ao de agosto deste ano (+4.752;+1,6%). Segundo o IEFP, “para o aumento do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2022, na variação absoluta, contribuiram os inscritos há menos de 12 meses (+22.677)”. Contudo, o serviço público de emprego destaca que, em sentido inverso. “há uma diminuição dos inscritos há 12 ou mais meses no ficheiro dos serviços de emprego (-9.804)”.
Subida quase transversal
Na desagregação regional dos dados é possível perceber que, no mês de setembro, com exceção dos Açores (-14,1%) e da Madeira (-27,6%), o desemprego aumentou em termos homólogos em todo o território nacional. O valor mais acentuado verificou-se nas regiões do Centro (+7%) e do Algarve (+6,8%). Já em relação ao mês anterior (variação em cadeia), os dados mostram que com exceção das regiões autónomas e da região de Lisboa e Vale do Tejo, a tendência foi de aumento do desemprego, com a maior variação a acontecer nas regiões do Algarve (+9,6%) e Alentejo (+4,4%).
Considerando os grupos profissionais dos desempregados registados no Continente, o IEFP aponta como os mais representativos os “trabalhadores não qualificados“ (26%), os “trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (19,5%), os "especialistas das atividades intelectuais e científicas"(12,3%) e o "pessoal administrativo"(12%).
Na comparação com o mês homólogo de 2022 (excluindo os grupos com pouca representatividade, ou significado, no desemprego registado), “é observável acréscimos no desemprego na maioria dos grupos profissionais, com destaque para os ”operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem"(+11,1%) e "pessoal adminstrativo"(+9,4%)", destaca o IEFP na nota que acompanha os dados.
Novos inscritos aumentam quase 37% num mês
No fecho do mês de setembro, os serviços públicos de emprego apuraram um saldo de 15.837 ofertas de emprego por satisfazer. O número traduz uma diminuição de 17% das ofertas face a setembro de 2022 (-3234 em termos absolutos) e de 1,2% (-197) face a agosto deste ano.
Ao longo do mês de setembro inscreveram-se, nos centros de emprego do País, 56.687 desempregados, menos 1,7% do que no mês homólogo de 2022 (-981), mas mais 36,6% (15.190) do que as inscrições registadas em agosto deste ano.
Ja no que diz respeito às ofertas de emprego recebidas ao longo do mês, em setembro totalizaram 12.719 em todo o país. O número é superior ao do mês homólogo de 2022 (+405;+3,3%) e também ao registado em agosto deste ano (+3226; +34%).
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