Trabalho

Número de inscritos nos centros de emprego recua em abril e volta a estar abaixo dos 300 mil

D.R.
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Abril fechou com 295.422 desempregados inscritos nos centros de emprego do país. É o valor mais baixo dos últimos cinco meses e corresponde a uma redução tanto homóloga como em cadeia. Há pelo menos duas décadas que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego no mês de abril não era tão baixo

O desemprego registado em Portugal - medido pelo número de inscritos nos serviços públicos de emprego, do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) - recuou em abril e voltou a ficar abaixo da fasquia dos 300 mil desempregados.

A síntese mensal do IEFP, conhecida esta segunda-feira, indica que em abril estavam inscritos nos centros de emprego do país 295.422 desempregados, menos 19.013 (-6%) do que os registados no mesmo mês do ano passado e menos 10.735 (-3,5%) do que os apurados em março deste ano.

Há pelo menos duas décadas que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego no mês de abril não era tão baixo. Os dados disponíveis na atual série estatística do IEFP, que remontam a 2003, mostram mesmo que é a primeira vez, nos últimos 20 anos, que o número de inscritos nos serviços públicos de emprego nacionais fica, nesse mês, abaixo de 300 mil.

Para a diminuição do desemprego registado, face ao mês homólogo de 2022, na variação absoluta, terão contribuído “os grupos dos indivíduos que possuem idade igual ou superior a 25 anos (-18.452), os que procuram novo emprego (-17238) e os inscritos há 12 meses ou mais (-37 764)”, indica a nota que acompanha a síntese estatística mensal do IEFP.

A desagregação regional dos dados mostra que no mês de abril, em termos homólogos (face ao mesmo mês de 2022), apenas a região do Alentejo registou um aumento do desemprego registado (+1,8%). Nas restantes regiões o desemprego diminuiu, com destaque para as regiões autónomas da Madeira (-31,0%) e dos Açores (-14,3%) e do Algarve (-16,6%). Já na comparação em cadeia, ou seja, face ao mês anterior, todas as regiões apresentaram decréscimos no desemprego, com o Algarve a destacar-se com maior redução (-21,8%).

Serviços respondem pela maior fatia dos desempregados registados

Os dados mostram também que 72,7% dos que no final do mês em abril estavam inscritos nos centros de emprego do Continente (254.169) tinham trabalhado em atividades do sector dos “Serviços”, com destaque para as “Atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” (que representam 32,4% do total); 19,9% eram provenientes do sector “Secundário”, com particular relevo para a “Construção”(6,5%); ao sector “Agrícola” pertenciam 4,8% dos desempregados.

Também em termos sectoriais, o desemprego diminuiu, face ao mês homólogo de 2022, em todos os setores económicos: no "Agrícola" (-1,7%), no "Secundário"(-3,9%) e no "Terciário"(-5,0%). Já a análise por atividade económica aponta para uma redução quase generalizada do desemprego registado em termos homólogos. A diminuição mais expressiva aconteceu nas "Indústrias do papel, impressão e reprodução" (-15,4%), "Outras atividades de serviços" (-12,5%), a "Indústria da madeira e da cortiça" (-12,2%) e as "Atividades financeiras e de seguros" (-11,7%).

Considerando os grupos profissionais dos desempregados registados nesse mês no Continente (excluindo regiões autónomas), os “Trabalhadores não qualificados" são o grupo mais expressivo no desemprego registado, representado 27,2% do total de inscritos. A seguir surgem os “Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (20,2%), o "Pessoal administrativo"(11,9%) e os "Especialistas das atividades intelectuais e científicas"(10,2%).

"Relativamente ao mês homólogo de 2022 (excluindo os grupos com pouca representatividade, ou significado, no desemprego registado), quase todos os grupos apresentaram diminuições nas variações homólogas, destacando-se os "Especialistas das atividades intelectuais e científicas" (-8,6%), os “Trabalhadores dos serviços pessoais, de proteção segurança e vendedores” (-7,5%) e os "Técnicos e profissões de nível intermédio"(-6,1%)", sinaliza a nota do IEFP.

Número de ofertas por preencher recua, mas colocações também

No final do mês de abril, as ofertas de emprego por satisfazer nos serviços públicos de emprego do país, totalizavam 15.468. São menos 4.716 (23,4%) do que as registadas no mês homólogo de 2022 e também menos 1.154 (-6,9%) do que as ofertas que permaneciam em ficheiro em março deste ano. Em abril de 2023 inscreveram-se nos centros de emprego do país 37.135 desempregados, menos 512 (1,4%) do que no período homólogo e também menos 10.990 (-22,8%) do que no mês anterior, março de 2023.

Já no que diz respeito às ofertas de emprego recebidas, ao longo do mês registaram-se 8.782 em todo o país, número inferior ao do mês homólogo de 2022 (-3.073; -25,9%) e inferior face ao mês anterior(-5.961; -40,4%). Durante o período considerado, 7.647 desempregados que se encontravam inscritos no IEFP foram colocados, o que representa uma redução de 15,4% (-1.393) face a abril de 2022 e de 15,3% (-1.386) face ao mês anterior.

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