Sistema financeiro

Lucro do Crédito Agrícola no primeiro trimestre cai 12,6%, para 99,8 milhões de euros

Licínio Pina é o presidente executivo do grupo Crédito Agrícola desde 2013
Licínio Pina é o presidente executivo do grupo Crédito Agrícola desde 2013
ANTÓNIO PEDRO FERREIRA

O decréscimo do lucro do Crédito Agrícola no primeiro trimestre decorre da redução dos juros obtidos no crédito concedido e de uma queda de comissões e aumento de custos, evolução amortecida pela reversão de provisões e resultados financeiros

Lucro do Crédito Agrícola no primeiro trimestre cai 12,6%, para 99,8 milhões de euros

Isabel Vicente

Jornalista

O Crédito Agrícola obteve nos primeiros três meses deste ano um resultado líquido de 99,8 milhões de euros, correspondente a uma redução de 12,6% face ao primeiro trimestre de 2024, menos 14,4 milhões de euros. Ainda assim, para o grupo liderado por Licínio Pina, a rentabilidade dos capitais próprios (ROE), que mede a capacidade de retorno para o acionista, ascendeu a 14,5% no período em análise.

Neste resultado pesou a redução de 16,8% da margem financeira (diferença entre os juros pagos pelos depósitos e os juros cobrados nos créditos concedidos pelo banco), para 179,8 milhões de euros, assim como um decréscimo de 6,7% nas comissões líquidas, de 38 milhões de euros para 35,4 milhões de euros, refere o comunicado dos resultados do CA, divulgado esta sexta-feira.

O resultado do primeiro trimestre do CA conta também com o contributo positivo do crescimento de 15,5% dos contratos de seguros, para 24,7 milhões de euros.

O negócio bancário contribuiu para o resultado consolidado com 91,2 milhões de euros, menos 13,6%, e os seguros com 5 milhões de euros, entre outras receitas, que o grupo não especifica e que rondam os 4 milhões de euros.

Verificou-se também uma reversão de provisões e imparidades de 12,2 milhões de euros, o que compara com um reforço de 5 milhões de euros em igual trimestre de 2024, sublinha o banco.

A amortecer a queda do lucro esteve a “melhoria do resultado de operações financeiras em 7,1 milhões de euros, de -2,8 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024 para 4,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025”.

Na carteira de crédito a clientes (bruto) verificou-se um crescimento para 12,9 mil milhões de euros. Já os recursos de clientes ascenderam a 21,9 mil milhões de euros no final de março de 2025.

"O rácio bruto de Non Performing Loans (NPL) situou-se em 4,5% em março de 2025, continuando a sua trajetória descendente de longo prazo, com uma melhoria de 0,1 p.p. por comparação com 4,6% no final de dezembro de 2024 e de 1,9 p.p. face a 6,4% em março de 2024", diz o banco em comunicado.

O presidente do grupo CA, que acaba o mandato este ano, afirma no mesmo comunicado que “o desempenho do grupo no primeiro trimestre de 2025 revelou-se muito positivo face às condições de ajustamento de taxas verificadas nos mercados, na sequência da descida constante e persistente das taxas Euribor auxiliadas pelos cortes sucessivos das taxas directoras do BCE”.

Licínio Pina salienta ainda "o grande esforço individual de cada uma das caixas e das unidades centrais do grupo para ajustamento do rácio NPL para valores adequados, revelando uma melhoria significativa no risco implícito das carteiras de crédito e melhoria significativa na admissão do mesmo”.


Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IVicente@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate