“A Fed (Reserva Federal norte-americana) não vai sucumbir às pressões de Trump. É uma instituição muito robusta", garante ao Expresso Ricardo Nunes, um economista português que trabalhou durante uma década no sistema da Reserva Federal, primeiro na equipa técnica que apoia o Conselho de Governadores durante as presidências de Ben Bernanke e Janet Yellen, e depois num dos bancos centrais regionais em Boston. Foi economista da Fed durante a crise financeira de 2008 de onde guarda uma recordação muito especial de Bernanke.
“Se houvesse uma pressão e uma decisão mal tomada, haveria vários votos contra. A Fed sabe que o seu poder reside na competência e na fundamentação das suas decisões e sair desse caminho é muito perigoso”, acrescenta o português que agora é professor na Escola de Economia da Universidade de Surrey, a sul de Londres.
Apesar de as pressões públicas constantes de Donald Trump para que o banco central proceda a um corte de juros e do presidente, ainda há poucos dias, ter insultado Jerome Powell, o responsável da Fed, como “um completo banana”, Ricardo Nunes não antecipa um corte de juros na reunião desta quarta-feira e olha para o processo até final do ano como “uma descida mais gradual” do que o previsto.
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