Sistema financeiro

Lucro do Abanca sobe quase 39% para 220 milhões de euros nos primeiros três meses do ano

Juan Carlos Escotet, presidente do Abanca
Juan Carlos Escotet, presidente do Abanca

Banco espanhol consolidou posição no mercado espanhol com a compra do EuroBic. Portugal contribuiu com 16% para o negócio do grupo

Lucro do Abanca sobe quase 39% para 220 milhões de euros nos primeiros três meses do ano

Isabel Vicente

Jornalista

No primeiro trimestre de 2025, o Abanca registou um lucro de 220 milhões de euros, o que corresponde a mais 38,9% do que em igual período de 2024. Em comunicado, o banco liderado por Juan Carlos Escotet sublinha que o grupo tem "um sólido nível de rentabilidade de 15,2%, claramente acima do custo de capital".

A margem financeira (diferença entre juros pagos nos depósitos e juros cobrados nos créditos) "aumentou 7,8% e as receitas de serviços cresceram 22%, resultando num aumento da margem base de 10,1%, para 494,8 milhões de euros", não havendo ainda reflexo da redução dos juros por parte do Banco Central Europeu.

O grupo que comprou o EuroBic em 2024 afirma ainda que a solidez da rentabilidade "reflete o crescimento eficiente do negócio, que já atingiu os 130 mil milhões de euros, com um crescimento em todas as áreas de negócio e geografias". Portugal tem um peso de 16% no negócio do Abanca, mas o grupo espanhol não divulga os resultados da operação da sucursal em Portugal nem os indicadores do EuroBic.

O Abanca afirma ainda que nos "últimos 12 meses, a instituição registou mais de 141 mil novos clientes. Destes, mais de 36.000 (25.000 em Espanha e 11.000 em Portugal) ocorreram no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 23% face ao mesmo período de 2024. Mais de 70% dos novos clientes provêm de regiões fora da zona de origem do banco".

E acrescenta ainda que "a base de clientes é ainda complementada pela sua filial de crédito ao consumo, o Abanca Servicios Financeiros, que somou 108.000 novos clientes no último ano, ultrapassando assim a marca dos 900.000 clientes".

O grupo espanhol refere ainda no comunicado que se registou "uma capacidade de crescimento significativa, tanto no crédito como na captação de recursos", e que os novos contratos aumentaram "52,9% em termos anuais em Espanha, com especial destaque para o crescimento de 77,9% no crédito a longo prazo a empresas e de 39,5% nas hipotecas".

"Em Portugal, também componente da sua forte operação ibérica, as novas formalizações multiplicaram-se por cinco em relação ao mesmo período do ano anterior. As novas operações de crédito a longo prazo com empresas triplicaram e o crédito à habitação cresceu 7,9% em termos anuais". No que diz respeito aos recursos fora do balanço, estes "ultrapassaram os 17 mil milhões de euros, após um crescimento anual de 16,9%. No primeiro trimestre de 2025, o Abanca conquistou uma quota de 6,7% das subscrições líquidas de fundos de investimento em Espanha".


Crédito e recursos crescem a dois dígitos

O volume de negócios do Abanca cresceu 130 milhões de euros, mais 14,8% do que em 2024.

"A concessão de crédito em condições normais aumentou 11,4% para 49.645 milhões de euros, tendo o setor privado sido o principal destinatário. As empresas, com 47% do total, e os particulares, com 39%, continuaram a ser os principais destinatários", informa o banco em comunicado. "O crédito a clientes ascendeu a 50 mil milhões de euros.

Também a captação de recursos de clientes "manteve a mesma dinâmica expansiva, com um crescimento de 17% face ao ano anterior, atingindo um volume total de 79,65 mil milhões de euros. Do total dos recursos de clientes, 78% correspondiam a depósitos à ordem e a prazo, e os restantes 22% a recursos fora do balanço" .

O Abanca sublinha também que a "evolução dos custos está influenciada pela incorporação do EuroBic no perímetro de consolidação e pelo esforço adicional para reforçar a capacidade de atendimento ao cliente, a proteção contra riscos cibernéticos, a expansão do negócio e a melhoria da remuneração dos colaboradores". Os custos subiram de 242 milhões para 280 milhões de euros no período em análise.

E acrescenta que ainda assim, a "combinação do crescimento das receitas recorrentes com o controlo dos custos permitiu continuar a melhorar a eficiência, apesar da descida das taxas de juro. Assim, o rácio de eficiência situou-se nos 52,4%, o que representa uma melhoria.


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