A Oitante, o veículo herdeiro do Banif, vai voltar a distribuir mais de metade do seu lucro anual ao Fundo de Resolução, entregando 16 milhões de euros por conta dos ganhos de 2023, segundo a proposta do conselho de administração, que será aprovada pelo acionista.
Incluindo o montante de 2023, a Oitante, liderada por Miguel Barbosa, já distribuiu desde 2020 cerca de 95 milhões de euros, refere o comunicado divulgado esta terça-feira.
Para os lucros obtidos pela Oitante contribuiu sobretudo a venda de ativos e a redução da carteira de crédito, refere a sociedade que herdou os ativos do Banif com os quais o Santander Totta não quis ficar.
Em 2023 os resultados da Oitante ascenderam a 31,5 milhões de euros, e mais de metade será para entregar ao Fundo de Resolução, do qual Luís Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal, é presidente.
Em 2023 o processo de alienação de ativos imobiliários gerou rendimentos de 34,7 milhões de euros, e a carteira de crédito registou uma diminuição de 17%, com impacto na diminuição da exposição bruta total da carteira de crédito de 28,5 milhões de euros, o que gerou a entrada de 12 milhões de euros para a sociedade.
Os capitais próprios da Oitante, detida a 100% pelo Fundo de Resolução, totalizam “166,6 milhões de euros, já descontadas as distribuições de lucros e de reservas feitas ao Fundo de Resolução até 2023”, refere o comunicado do Fundo presidido por Luís Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal.
O mesmo comunicado acrescenta que “os valores obtidos e a obter pelo Fundo de Resolução pela sua participação no capital da Oitante contribuirão para a redução dos prejuízos de 489 milhões de euros suportados por este Fundo na resolução do BANIF e serão utilizados no reembolso da dívida do próprio Fundo de Resolução, nomeadamente perante o Estado”.
Este resultado obtido pelo veículo herdeiro do Banif é motivo de agrado por parte do Fundo de Resolução que em comunicado “felicita, uma vez mais, os órgãos sociais e os trabalhadores da Oitante pelo trabalho desenvolvido e pelos resultados conseguidos ao longo dos últimos anos”, ao mesmo tempo que reitera o facto de se manter “o grau de exigência que tem sido requerido à Oitante na gestão dos ativos que lhe estão confiados, com vista à maximização do seu valor”.
Notícia atualizada dia 17 de julho, às 13h para incluir informação do Fundo de Resolução.
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