"Portugal teve um crescimento impressionante" no crédito às empresas, diz Gloria Ortiz, CEO do Bankinter
Gloria Ortiz, CEO do Bankinter
Nos primeiros três meses do ano o Bankinter obteve 200,8 milhões de lucros, para os quais a sucursal em Portugal contribuiu com 47 milhões de euros antes de impostos. Portugal é a segunda geografia onde se verificou um forte crescimento em todas as áreas de negócio, com destaque para o crescimento do financiamento às empresas
A sucursal do Bankinter em Portugal contribuiu com 47 milhões de euros para os lucros da casa-mãe, que ascenderam a 200,8 milhões de euros.
Gloria Ortiz, CEO do Bankinter desde março de 2024, afirmou em conferência de imprensa esta manhã que o Bankinter Portugal “teve um crescimento impressionante” no negócio empresarial de 28% para 3,7 mil milhões de euros, num total de 10 mil milhões de crédito concedido.
Já na concessão de crédito a particulares o mesmo ascendeu a 6,4 mil milhões de euros, um crescimento de 5%, com destaque para o financiamento para compra de casa, embora o consumo seja uma área que também está a crescer, foi referido na apresentação de resultados por Jacobo Diaz , diretor financeiro do Bankinter.
Os recursos ascenderam a 7 mil milhões de euros, o que quer dizer que em Portugal o Bankinter tem um rácio e transformação - depósitos sobre crédito - de 120%, acima do normal (em Espanha o rácio de transformação é de 103%).
Nesta segmento de poupança, os produtos fora do balanço (fundos e outras aplicações) ascenderam a 4 mil milhões de euros, verificando um crescimento de 8% em termos anuais
Gloria Ortiz, que sucedeu a Maria Dolores Dancausa como CEO do Bankinter, em março de 2024, vincou também durante a apresentação que Portugal tem um rácio de incumprimento de 1,2%, o que não preocupa o banco, apesar do mesmo ter aumentado em Portugal as provisões para crédito para 11 milhões de euros no primeiro trimestre (era de 6 milhões no primeiro trimestre de 2023).
Em Portugal a margem cresceu 14% para 83 milhões de euros, as comissões subiram 7% para 18 milhões de euros nos primeiros três meses do ano (16 milhões no primeiro trimestre em 2023).
No que diz respeito aos gastos verificou-se também um aumento de 23 milhões no primeiro trimestre de 2023 para 25 milhões no primeiro trimestre de 2024 , cerca de 9%.
Cautelas na remuneração dos depósitos
No que diz respeito ao montante dos recursos captados, Jacobo Diaz afirmou que “o mercado em Portugal é mais competitivo do que em Espanha”, e que o facto de terem no mercado mais crédito concedido do que recursos captados, os tornou mais “cautelosos”, nos custos dos depósitos", ou seja, na remuneração dos depósitos em Portugal.
Referiu ainda que em Portugal, fruto dos apoios do governo “há poucos casos de incumprimento, os níveis de incumprimento são baixos”.
O mesmo responsável referiu ainda que “há muitas oportunidades de negócio em Portugal e que a estratégia para o mercado é idêntica à de Espanha”. “Temos uma aliança no crédito ao consumo com a Sonae que está a crescer e estamos também bem no segmento empresarial médio e alto”.
Gloria Ortiz afirmou haver enorme potencial de crescimento nas geografias onde estão, mas com preferência para o crescimento orgânico em detrimento do crescimento por aquisições.
O Bankinter afastou de novo a possibilidade de comprar o Novo Banco. "É um banco enorme e em Portugal temos crescido e vamos continuar a crescer de forma orgânica".
Sobre a estratégia para o grupo na liderança que agora começa, Gloria Ortiz destaca a continuação da estratégia centrada no crescimento orgânico onde está o Bankinter e focada “na rentabilidade e reorganização”.