As taxas de juro médias dos novos depósitos de particulares e dos novos contratos de crédito à habitação caíram no arranque do ano. Segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo Banco de Portugal, em janeiro, “a taxa de juro média dos novos depósitos de particulares diminuiu para 2,9%, a primeira redução desde setembro de 2022”, enquanto “a taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, fixando-se em 3,81%”.
No caso dos juros nos depósitos houve uma redução de 0,18 pontos percentuais face a dezembro do ano passado. Os juros recuaram, mas o montante de novas operações não, tendo totalizado 9588 milhões de euros em janeiro, mais 34 milhões que em dezembro de 2023.
Os novos depósitos com prazo acordado a mais de dois anos também registaram uma redução da taxa de juro média, de 2,17% para 2,12%, enquanto os novos depósitos de um a dois anos apresentaram um ligeiro aumento, de 0,01 pontos percentuais, para 2,65%.
Mas é nos depósitos até um ano (cuja taxa desceu para 2,92%, muito próximo da média), que está a grande parte do valor colocado neste produto: 97% do total (mais precisamente, 9282 milhões de euros).
O Banco de Portugal refere ainda que “a evolução da taxa de juro média dos novos depósitos foi semelhante para o conjunto dos países da área do euro (de 3,29% para 3,20%)”. Portugal tem, agora, a sétima taxa de juro média mais baixo deste conjunto de países.
Menos crédito para habitação
No caso dos empréstimos, os portugueses pediram um total de 2555 milhões de euros em janeiro, menos 45 milhões que no último mês de 2023. Do total, 1185 milhões correspondem a crédito à habitação (menos 141 milhões que em dezembro de 2023).
Por sua vez, os novos empréstimos ao consumo cresceram 46 milhões de euros, para 440 milhões de euros.
O banco central indica ainda que “as renegociações de crédito aumentaram 95 milhões de euros em relação a dezembro de 2023, totalizando 768 milhões de euros em janeiro de 2024”, uma evolução que se deve muito às “renegociações de crédito à habitação, que, em janeiro, atingiram 716 milhões de euros”.
Posto isto, “a taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu 0,18 pontos percentuais, fixando-se em 3,81% em janeiro de 2024”, o terceiro mês consecutivo de queda. Contudo, a taxa de juro média dos contratos renegociados manteve-se em 4,39%.
Já nos empréstimos ao consumo, a taxa média de novas operações fixou-se nos 9,44% em janeiro de 2024, o valor mais alto desde fevereiro de 2014.
Juros também descem para as empresas
No caso das empresas, a instituição liderada por Mário Centeno dá conta de que “a remuneração média dos novos depósitos a prazo de empresas passou de 3,46%, em dezembro de 2023, para 3,42% em janeiro de 2024” e que as empresas depositaram 7558 milhões de euros no mês em análise (mais 22 milhões que em dezembro de 2023).
As empresas pediram ainda 1915 milhões de euros, menos 800 milhões de euros que em dezembro. “Os novos contratos corresponderam a 75% do montante de novas operações de empréstimos às empresas (1429 milhões de euros)” e as renegociações totalizaram 485 milhões de euros, esclarece o banco central.
Posto isto, a taxa de juro média das novas operações de empréstimos às empresas diminuiu para 5,67% em janeiro de 2024, um decréscimo justificado pela descida dos empréstimos acima de um milhão de euros (caíram 524 milhões de euros, com a taxa de juro média a cair para 5,49%). Já os empréstimos até esse patamar apresentaram um aumento ligeiro da taxa de juro média, para 5,85%, mais 0,01 pontos percentuais.