Sistema financeiro

Grupo Santander fecha 2023 com lucro de mais de 11 mil milhões de euros

Ana Botín, presidente executiva do Banco Santander
Ana Botín, presidente executiva do Banco Santander
Eloy Alonso

O grupo Santander registou um crescimento de 15% do lucro em 2023, de 9,6 para 11,07 mil milhões de euros, sublinhando ter cumprido “todas as metas” traçadas. O crescimento dos ganhos contou com a contribuição de todas as geografias onde o grupo está presente, em particular na Europa

Grupo Santander fecha 2023 com lucro de mais de 11 mil milhões de euros

Isabel Vicente

Jornalista

O grupo Santander alcançou um resultado líquido consolidado de 11.076 milhões de euros em 2023, mais 15% que no ano anterior. Para este resultado contribuíram várias rubricas, em particular a margem financeira (diferença entre os juros cobrados pelos créditos e os pagos nos depósitos).

Em comunicado divulgado esta quarta-feira o banco revela um aumento de 16% da margem financeira, que refletiu “o crescimento da atividade de clientes em 2023, com contributos positivos de todas as regiões, nomeadamente a Europa”.

O grupo avança ainda que todas as metas traçadas para 2023 foram cumpridas. “O índice de eficiência melhorou para 44,1%, impulsionado pela nossa transformação para um modelo mais simples, digital e integrado”, refere o Santander.

A qualidade do crédito, prossegue o banco, “manteve-se robusta, com o custo do risco em linha com a meta para o ano, em 1,18%”.

O retorno sobre o património tangível (RoTe) ascendeu a 15,1% e o rácio de capital com maior exigência, o CET1, foi de 12,3%, após o pagamento de dividendos e a recompra de ações próprias do banco.

As provisões para perdas com empréstimos aumentaram 19%, referindo o banco que esta evolução era esperada, “num contexto de taxas de juro mais elevadas e de inflação, devido à normalização em curso nos EUA e no México, bem como provisões adicionais para hipotecas em francos suíços na Polónia”.

Ana Botín, presidente executiva do Santander, sublinha no mesmo comunicado que “2023 foi um ano crucial para o Santander”. “Entregámos resultados recordes e cumprimos todas as nossas metas”, notou a gestora.

O grupo Santander captou mais 5 milhões de clientes e dá destaque ao aumento das receitas, do lucro, do valor das ações e do dividendo por ação, que aumentou 15%. “Como resultado, devolveremos 5,5 mil milhões de euros aos acionistas provenientes dos lucros de 2023”, avança a instituição financeira.

As receitas do grupo nos diversos negócios subiram 13%, para 57.674 milhões de euros.

Ana Botín está confiante de que o ano 2024 será ainda melhor, potenciando a presença do grupo e dos seus negócios globais, apesar dos maiores riscos geopolíticos e de “uma economia global em desaceleração”. E afirma que pretende melhorar a rentabilidade, “visando um RoTE de 16% para 2024”.

Recursos crescem, crédito cai

Os recursos de clientes aumentaram 4% face a 2022, com os depósitos a subir 2%, quer do lado dos particulares, quer do lado das empresas. O banco refere contudo que há clientes que continuam a utilizar as suas poupanças para pagar dívidas, em particular, empréstimos à habitação.

É neste contexto, de altas taxas de juro, que a procura de crédito contraiu em alguns mercados: o total dos empréstimos caiu 1%, apesar de o crédito ao consumo ter crescido 6%.

“A carteira de empréstimos e os depósitos permanecem bem diversificados entre linhas de negócios e países”, nota o Santander.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: IVicente@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate