O grupo Santander alcançou um resultado líquido consolidado de 11.076 milhões de euros em 2023, mais 15% que no ano anterior. Para este resultado contribuíram várias rubricas, em particular a margem financeira (diferença entre os juros cobrados pelos créditos e os pagos nos depósitos).
Em comunicado divulgado esta quarta-feira o banco revela um aumento de 16% da margem financeira, que refletiu “o crescimento da atividade de clientes em 2023, com contributos positivos de todas as regiões, nomeadamente a Europa”.
O grupo avança ainda que todas as metas traçadas para 2023 foram cumpridas. “O índice de eficiência melhorou para 44,1%, impulsionado pela nossa transformação para um modelo mais simples, digital e integrado”, refere o Santander.
A qualidade do crédito, prossegue o banco, “manteve-se robusta, com o custo do risco em linha com a meta para o ano, em 1,18%”.
O retorno sobre o património tangível (RoTe) ascendeu a 15,1% e o rácio de capital com maior exigência, o CET1, foi de 12,3%, após o pagamento de dividendos e a recompra de ações próprias do banco.
As provisões para perdas com empréstimos aumentaram 19%, referindo o banco que esta evolução era esperada, “num contexto de taxas de juro mais elevadas e de inflação, devido à normalização em curso nos EUA e no México, bem como provisões adicionais para hipotecas em francos suíços na Polónia”.
Ana Botín, presidente executiva do Santander, sublinha no mesmo comunicado que “2023 foi um ano crucial para o Santander”. “Entregámos resultados recordes e cumprimos todas as nossas metas”, notou a gestora.
O grupo Santander captou mais 5 milhões de clientes e dá destaque ao aumento das receitas, do lucro, do valor das ações e do dividendo por ação, que aumentou 15%. “Como resultado, devolveremos 5,5 mil milhões de euros aos acionistas provenientes dos lucros de 2023”, avança a instituição financeira.
As receitas do grupo nos diversos negócios subiram 13%, para 57.674 milhões de euros.
Ana Botín está confiante de que o ano 2024 será ainda melhor, potenciando a presença do grupo e dos seus negócios globais, apesar dos maiores riscos geopolíticos e de “uma economia global em desaceleração”. E afirma que pretende melhorar a rentabilidade, “visando um RoTE de 16% para 2024”.
Recursos crescem, crédito cai
Os recursos de clientes aumentaram 4% face a 2022, com os depósitos a subir 2%, quer do lado dos particulares, quer do lado das empresas. O banco refere contudo que há clientes que continuam a utilizar as suas poupanças para pagar dívidas, em particular, empréstimos à habitação.
É neste contexto, de altas taxas de juro, que a procura de crédito contraiu em alguns mercados: o total dos empréstimos caiu 1%, apesar de o crédito ao consumo ter crescido 6%.
“A carteira de empréstimos e os depósitos permanecem bem diversificados entre linhas de negócios e países”, nota o Santander.
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