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Banca aumenta capital e reservas após cinco anos de quedas

Banca aumenta capital e reservas após cinco anos de quedas

Os depósitos dos particulares caíram 2,7 mil milhões de euros para 179,8 mil milhões de euros e o das empresas 3,1 mil milhões de euros, para 64,2 mil milhões. Para a queda nos depósitos compensou o aumento do capital e reservas em 4 mil milhões de euros

Banca aumenta capital e reservas após cinco anos de quedas

Isabel Vicente

Jornalista

Depois de cinco anos em queda, o capital e reservas dos bancos residentes em Portugal aumentou 4 mil milhões de euros, dá esta quarta-feira nota o Banco de Portugal. Os bancos detinham em 2023 48,7 mil milhões de capital e reservas, mais 8,95% do que em 2022.

O peso desta rubrica no total do balanço aumentou em 2023: passou de 9,6% em 2022 para 10,5%. Um aumento que decorreu maioritariamente do crescimento da rentabilidade dos bancos (a qual também se deveu ao aumento das receitas por via dos juros).

No balanço sobre o setor bancário, a banca registava 463,1 mil milhões de euros, menos 4,3 mil milhões do que em 2022. Para isso contribuiu, do lado do passivo, a queda dos depósitos (prazo acordado) e equiparados (de recompra) e do lado do ativo, a redução dos empréstimos concedidos.

Uma das conclusões assenta no facto de os bancos continuarem a financiar-se, maioritariamente através dos depósitos e da emissão de títulos de dívida.

Os depósitos dos particulares caíram 2,7 mil milhões de euros para 179,8 mil milhões de euros e o das empresas 3,1 mil milhões de euros, para 64,2 mil milhões.

Tal como os particulares utilizaram depósitos para amortizar dívida, sobretudo do crédito à habitação, por causa da subida das taxas de juros, também os bancos, “tal como aconteceu em 2022, em 2023 ocorreram "sucessivas reduções de financiamento concedido pelo Eurosistema".

Dados do Banco de Portugal revelam que em 2023, este tipo de financiamento “reduziu-se 13,1 mil milhões de euros (tinha decrescido 25,8 mil milhões de euros em 2022)”.

Os títulos de dívida emitidos pelos bancos ascenderam a 54,4 mil milhões de euros, mais 3,3 mil milhões de euros do que em 2022. Deste montante, 70% estava na carteira de bancos residentes e 30% na carteira de outros setores investidores.

Do lado do ativo, os empréstimos e os títulos de dívida em carteira, principais rubricas, representavam 63% e 28% do ativo respetivamente, totalizando os empréstimos 293,9 mil milhões de euros e os títulos 129,7 mil milhões de euros.

A redução verificada deveu-se sobretudo à queda das aplicações junto do Banco de Portugal (menos 2,2 mil milhões de euros); da diminuição dos empréstimos a empresas (-1,8 mil milhões de euros); e da queda do crédito a particulares, sobretudo à habitação (menos 1,4 mil milhões de euros). Os empréstimos ao setor não residente (outras entidades no mundo) também caiu 1,4 mil milhões de euros.

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