
A geopolítica e os salários estão a obrigar a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, a grandes cautelas. Esta semana o BCE decidiu manter os juros de referência inalterados
A geopolítica e os salários estão a obrigar a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, a grandes cautelas. Esta semana o BCE decidiu manter os juros de referência inalterados
Jornalista
Os mercados continuam a projetar uma descida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) em 2024 na ordem dos 130 pontos-base (1,3 pontos percentuais), implicando cinco a seis decisões de corte das taxas diretoras, com início a 11 de abril. A projeção aponta para uma redução da taxa de remuneração dos depósitos do sector bancário nos cofres do BCE do atual máximo histórico de 4% para perto de 2,5% no final do ano (ver gráfico). Para o crédito às famílias, a queda das taxas diretoras seria um bónus logo no primeiro semestre. No entanto, o consenso dentro das fileiras do BCE está longe dessa antecipação e qualquer sinalização de cortes até ao verão parece estar posta de parte.
A entrada em campo dos hutis do Iémen, transformando o mar Vermelho numa zona de guerra, e a incerteza sobre os resultados das negociações salariais na zona euro nos próximos meses vieram aumentar o risco de, em 2024, regressar um surto inflacionista por via das disrupções nas cadeias globais marítimas de fornecimento de matérias-primas e produtos e do disparo no custo do trabalho na Europa acima dos 5% a 6% previstos para 2023. A turbulência no estreito de Bab-el-Mandeb, hoje em dia o ‘gargalo’ nas rotas marítimas de maior risco, já veio fazer disparar o custo do transporte de contentores nas principais rotas da Ásia para a Europa e aumentar os prémios de seguro, que saltaram de 0,03% antes dos ataques hutis para 0,75% a 1% do valor do navio atualmente.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt