Fosun vende até 5,6% do BCP, mas quer manter participação acima dos 20%

A Fosun tem estado a vender ações do BCP, sabe o Expresso, e esta segunda-feira anunciou que irá vender até 5,6% do capital do banco onde detinha em junho de 2023 29,95%
A Fosun tem estado a vender ações do BCP, sabe o Expresso, e esta segunda-feira anunciou que irá vender até 5,6% do capital do banco onde detinha em junho de 2023 29,95%
Jornalista
A Chiado, sociedade luxemburguesa mandatada pela Fosun, maior acionista do BCP, que tinha em junho 29,95% do capital do banco liderado por Miguel Maya, anuncia que vai vender até 5,6% do capital do banco. O anúncio foi feito esta segunda-feira à CMVM.
O Expresso sabe que o acionista chinês Fosun, liderado por Guo Guangchang, tem estado a vender ações do BCP e que a essas vendas menores se juntam agora mais 5,6% do capital.
Ao Expresso fonte do BCP afirma que “foi informado que a intenção da Fosun é manter uma participação acima dos 20% permanecendo como acionista de referência do banco”.
Já fonte oficial da Fosun afirma ao Expresso que esta redução da participação no BCP “não tem qualquer relação com a situação financeira e de cash flow” já que “nos últimos anos, o Grupo Fosun tem continuado a otimizar a sua estrutura de dívida, a reduzir a escala das suas dívidas/passivos com juros e a melhorar continuamente a sua posição de cash flow”.
Em 2022 o líder do grupo Fosun garantia ao Expresso que não iria desinvestir no mercado, em particular no BCP.
Recorde-se que em meados de 2022 o grupo acelerou a venda de ativos para reforçar liquidez, mas fonte da Fosun insiste em sublinhar que "até ao final de 2023 as responsabilidades financeiras do grupo continuaram a diminuir em comparação com o final de 2022", justificando que não terá sido por causa de necessidade de dinheiro que está a reduzir no BCP.
A Fosun afirma ainda ao Expresso que esta venda decorre “após uma análise de vários fatores”, e que se trata de “um comportamento de investimento normal e uma operação financeira”. Os fatores não são detalhados.
E assegura que “após esta transação, a Fosun continua a deter 20% do BCP”. O que confirma o facto de estar a vender ações do banco presidido por Miguel Maya antes deste anúncio, já que detinha em junho de 2023, 29,95% do capital do BCP.
Sobre se haverá mais desinvestimento, o grupo chinês afirma apenas que “continuará a apoiar o desenvolvimento do BCP”, acrescentando que “a Fosun e o BCP são empresas cotadas, e qualquer informação relevante será publicada através de anúncio, se for o caso”.
A Fosun diz ainda que esta transação se enquadra na abordagem do seu foco estratégico para “alcançar um desenvolvimento estável, especialmente considerando a subida no preço das ações dos bancos portugueses”.
E, da mesma forma como entrou em vários mercados e deles saiu, a Fosun afirma continuar “muito otimista em relação aos mercados estrangeiros, incluindo Portugal”.
“Os investimentos da Fosun em Portugal, como a Fidelidade, continuarão a ser componentes muito importantes para o Grupo. A venda de ações do BCP é um comportamento de investimento normal e uma operação financeira, e não deve ser interpretada como um sinal de que a Fosun deixou de estar otimista em relação ao mercado português sob quaisquer circunstâncias”.
A Fosun sublinha ser “uma empresa global, sedeada na China, com quase 50% das suas receitas a provirem de mercados internacionais”.
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