Por estes dias, o Banco Central Europeu (BCE) tem estado a avaliar a conduta de Mário Centeno, devido às acusações feitas pela oposição (no Parlamento português e no Parlamento Europeu) de falta de independência do governador do Banco de Portugal, por ter aceitado refletir sobre a possibilidade de substituir António Costa para evitar que o país fosse a eleições. Mas se a situação de Portugal merece avaliação do Comité de Ética do BCE e depois de Lagarde, há outro país da União Europeia em que há acusações sobre a alegada falta de independência de um governador.
Trata-se da Polónia, em mudança de Governo, e cujos efeitos estão agora a sentir-se no resto da Europa. Donald Tusk, o futuro primeiro-ministro, saído das eleições de outubro, já anunciou a intenção de pedir a um tribunal estatal para avaliar o governador do banco central polaco, o que o suspenderia do cargo. Donald Tusk acusa Adam Glapinski de proximidade ao anterior Executivo, e de tal proximidade influenciar as decisões monetárias.
O governador pediu ajuda ao BCE, e Christine Lagarde já o aconselhou que, sendo mesmo suspenso de funções, deve recorrer ao Tribunal de Justiça da União Europeia. Até agora, o Tribunal de Justiça da UE já recusou o afastamento de um governador acusado de corrupção, por falta de provas.
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