Exclusivo

Sistema financeiro

Evelien Witlox, diretora no BCE para o euro digital: “É para gastar no que quisermos”

Vinda do neerlandês ING, Evelien Witlox passou a responsável do BCE pelo euro digital em 2022
Vinda do neerlandês ING, Evelien Witlox passou a responsável do BCE pelo euro digital em 2022

Evelien Witlox apresenta como uma necessidade o euro digital, projeto do Banco Central Europeu (BCE) pelo qual é responsável desde 2022: a Europa está demasiado dependente de meios de pagamento de fora da União, na sua maioria norte-americanos; e é preciso garantir a resiliência europeia nos pagamentos, tão naturais como os fornecimentos de luz e água

Em entrevista ao Expresso, Evelien Witlox recusa a possibilidade de programar um euro digital para impedir a aquisição de determinados produtos, ou para ser remunerado como um depósito. Diz à banca — que teme o impacto negativo de uma nova forma de pagar depositada no banco central — para não pensar no euro digital apenas com base nas necessidades de agora.

Portugal tem uma das mais altas taxas na UE de não bancarização. Imagine a minha avó: porque é que o euro digital é importante para ela?
As pessoas na zona euro ainda pagam muito com dinheiro físico, mas é algo que está a diminuir. Continuamos a ter um compromisso forte com o numerário, mas na Europa no seu todo, no espaço de três anos, as transações pagas em dinheiro no retalho caíram de 72% para 59%. Cremos que é importante que o dinheiro do banco central também evolua à medida que avançamos para uma era digital. Acreditamos que também será importante para a sua avó, porque irá trazer algumas das características mais valorizadas no dinheiro físico para a era digital, em conjunto com as vantagens dos pagamentos digitais. E porque é que é importante? Porque os pagamentos estão no centro da nossa economia. É como a eletricidade e a água. Não pensamos nelas, porque confiamos que estarão disponíveis, serão baratas e fáceis de usar. E pensando no futuro é importante continuarmos a ter um método de pagamento público e regulado por instituições públicas.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: dcavaleiro@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate