Sistema financeiro

Taxa de juro do crédito à habitação atingiu em março o valor mais alto desde junho de 2012

Taxa de juro do crédito à habitação atingiu em março o valor mais alto desde junho de 2012
Joao Carlos Santos

A taxa de juro média dos novos empréstimos para compra de casa em Portugal aumentou para 3,86%, o valor mais alto desde junho de 2012 e a oitava taxa mais alta da zona euro. Por outro lado, Portugal tem o segundo juro mais baixo nos depósitos a prazo

Os bancos portugueses emprestaram 1795 milhões de euros para crédito à habitação em março, mais 444 milhões de euros do que em fevereiro, tendo a taxa de juro média dos novos empréstimos para compra de casa aumentado para 3,86%, o valor mais alto em mais de uma década, mostram os dados do Banco de Portugal (BdP) divulgados esta sexta-feira.

Em fevereiro a taxa média de juro destes empréstimos era de 3,52%, em março do ano passado era de 1,03% e a última vez que a taxa esteve tão elevada, em junho de 2012, atingiu os 3,9%.

Segundo o regulador e supervisor bancário, em março, a taxa de juro média nos novos créditos para a compra de casa aumentou “o diferencial para a média da área do euro” (3,44%). Aliás, Portugal é o oitavo país com a taxa mais elevada, imediatamente atrás da Alemanha (3,88%), mas à frente de países como Espanha ou Grécia (3,54% e 3,785, respetivamente).

O BdP indica ainda que “o diferencial entre a taxa de juro variável e a taxa de juro fixa dos novos empréstimos à habitação voltou a diminuir”. Os empréstimos com taxa variável registaram uma taxa de juro média de 3,79% (mais 0,23 pontos percentuais), enquanto os empréstimos com taxa fixa registaram uma taxa média de 4,28% (mais 0,08 pontos).

No mês em análise a prestação média ascendia a 361 euros, mas para metade dos contratos a prestação era igual ou inferior a 308 euros e para cerca de 25% dos contratos a prestação era superior a 441 euros.

De notar que a análise do banco central “incide exclusivamente sobre os novos empréstimos e o stock de empréstimos concedidos a particulares para habitação própria permanente”, sendo que o “conceito de novos empréstimos à habitação inclui os novos contratos e os contratos renegociados em que a renegociação não resultou de uma situação de incumprimento e na qual os clientes tiveram participação ativa”.

A instituição liderada pelo ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, refere ainda que, no caso dos novos empréstimos ao consumo a taxa foi de 8,43% (8,48% em fevereiro), enquanto a taxa de juro média dos novos empréstimos para outros fins se fixou em 5,05% (4,97% em fevereiro).

No caso dos depósitos, em março, “a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares aumentou de 0,65% para 0,90%, o que representa uma subida de 0,25 pontos percentuais (pp) em relação a fevereiro”, o maior aumento desde outubro de 2011. Apesar do aumento, Portugal mantém o segundo valor mais baixo entre os países da zona euro, ficando apenas atrás do Chipre (0,44%).

Quanto às empresas, o banco central refere que a remuneração média dos novos depósitos a prazo das mesmas foi de 1,98%, “registando-se pelo segundo mês consecutivo um aumento superior a 0,4 pontos percentuais (pp)”. Estes novos depósitos totalizaram 6745 milhões de euros em março, mais 2844 milhões do que em fevereiro.

A nível de empréstimos para as empresas, a taxa de juro média fixou-se em 5,1% (4,76% em fevereiro), o valor mais alto desde junho de 2014. Foram emprestados às empresas 2302 milhões de euros no terceiro mês do ano.

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