Sistema financeiro

Portugueses procuraram menos empréstimos para comprar casa no primeiro trimestre

Portugueses procuraram menos empréstimos para comprar casa no primeiro trimestre
D.R.
No primeiro trimestre do ano, houve uma queda na procura de crédito à habitação no país, devido à subida dos juros. Mas houve também um ajuste em baixa dos spreads, revela o Banco de Portugal

A procura por parte dos portugueses de crédito para comprar uma casa caiu no primeiro trimestre do ano, num contexto de escalada dos juros, que começaram a subir desde meados de 2022. Mas os dados do Banco de Portugal (BdP) mostram também que os bancos já se começaram a adaptar reduzindo os spreads - o que, tradicionalmente, é uma estratégia para captação de novos clientes.

Os dados foram divulgados esta terça-feira no “Inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito”, publicado pelo banco central e que diz respeito ao que se passou nos primeiros três meses do ano.

A nível de oferta, e no caso dos particulares, os bancos portugueses registaram uma "ligeira redução dos spreads em empréstimos para habitação de risco médio, e ligeira redução dos spreads nos empréstimos para consumo e outros fins de risco médio e superior, contrabalançada por um ligeiro aumento das comissões e outros encargos".

A descida dos spreads deve-se, em parte, no caso dos empréstimos à habitação, ao “custo de financiamento e às pressões concorrenciais” e no caso dos créditos ao consumo e outros fins, ao “custo de financiamento e a perceção e tolerância de riscos”.

Para empresas, os bancos mostraram-se ligeiramente mais restritivos na concessão de crédito. Segundo o banco central, houve um “ligeiro aumento dos spreads e da restritividade dos outros termos e condições, sobretudo das garantias exigidas e das condições contratuais não pecuniárias”.

Quanto à procura, houve uma queda quer por parte de empresas quer por parte dos particulares.

No caso das empresas, houve uma diminuição da procura por parte de todo o tipo de empresas, em parte devido às “necessidades de financiamento do investimento”.

No caso dos particulares, houve uma queda na procura dos empréstimos para compra de habitação e uma diminuição ligeira na procura dos empréstimos para consumo e outros fins.

A queda na procura de crédito para comprar casa deveu-se, em grande parte, ao “nível geral das taxas de juro”. Aos juros juntaram-se “a confiança dos consumidores e as perspetivas do mercado da habitação e um contributo ligeiro do regime regulamentar e fiscal dos mercados de habitação”.

No caso dos créditos para consumo, “o nível geral das taxas de juro, as despesas de consumo de bens duradouros e o recurso a poupanças” foram as principais causas da diminuição.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas