Novo Banco com lucro de 148,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023
Os lucros do Novo Banco cresceram 4% face aos primeiros três meses de 2022. Provisões aumentam e depósitos diminuem
Os lucros do Novo Banco cresceram 4% face aos primeiros três meses de 2022. Provisões aumentam e depósitos diminuem
Nos primeiros três meses de 2023, os lucros do Novo Banco ascenderam a 148 milhões de euros, um aumento de 4% face a igual período de 2022.
A Margem Financeira ascendeu a 246,3 milhões de euros, o que compara com 133,5 milhões no primeiro trimestre de 2022, correspondendo a um crescimento de 84,5%. Para isso contribuiu "o reflexo da melhoria da taxa de juro média dos ativos que superou o aumento do custo de financiamento".
No comunicado esta sexta-feira divulgado, o presidente executivo do Novo Banco, Mark Bourke, afirma que “os resultados do primeiro trimestre demonstram crescimento consistente e aumento de rendibilidade, excedendo as expetativas", sublinhando especificamente que "o progresso do banco é evidente na capacidade de criação de capital (+100pb no trimestre) claramente reconhecido com o aumento de cinco notações de rating atribuído pela agência de rating nos últimos 12 meses".
Segundo comunicado enviado à CMVM, o produto bancário comercial cresceu 55,8%, impulsionado pelo “desempenho da margem financeira”, já que a sua carteira de crédito está “maioritariamente indexada à taxa de juro variável e pelo ambiente favorável da evolução das taxas de juro”.
Já os custos subiram 8%, com os custos operativos a registar um aumento de 5,9%. Para isso, diz o banco no comunicado, pesaram os gastos gerais administrativos (mais 14,9%) e os custos com pessoal (mais 4,6%). No total ascenderam a 111,9 milhões de euros.
O crédito a clientes (bruto) ascendeu a 25,656 mil milhões de euros, o que correspondeu a um aumento marginal de 0,2%. Deste total, 56%, ou seja, 14,252 mil milhões de euros, foi crédito concedido a empresas concedido a empresas, cuja variação face a igual trimestre de 2022 foi de 0,1%.
No crédito à habitação a evolução foi semelhante, com um crescimento marginal de 0,1% para 9,984 mil milhões de euros. Foi o crédito ao consumo o que mais cresceu: 5%.
Já os depósitos - que representam 80,4% dos recursos totais - registaram uma queda de 3,1%, para 27,526 mil milhões de euros, o que, segundo o Novo Banco, “compara favoravelmente com o decréscimo de 2,7% observado no mercado português”. O que encontra justificação na remuneração e fuga de poupanças para os certificados de aforro.
Mais: o banco diz que “dados recentes relativos à evolução mensal dos depósitos, no mês de abril de 2023, revelam um aumento dos depósitos de clientes impulsionado por clientes PMEs e estabilização de saídas de depósitos de retalho”.
O rácio de transformação - depósitos sobre crédito - está nos 85,1%.
Nos primeiros três meses do ano o Novo Banco registou um reforço de imparidades e provisões no montante de 27,7 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 5,9 milhões de euros, ou seja 27,1% face aos primeiros três meses de 2022.
O banco justifica esta subida referindo que “parte significativa do valor reconhecido é justificado pela utilização de pressupostos mais conservadores nos modelos de imparidade coletiva”.
No período em análise “os rácios CET 1 e de solvabilidade total fully loaded apresentaram um aumento de 100 pontos base, para 14,1% e 16,5%, respetivamente”.
O banco liderado por Mark Bourke sublinha que “este desempenho evidencia a capacidade de geração orgânica de capital do modelo de negócio do Novo Banco, com sólido desempenho da margem financeira e disciplina ao nível dos ativos ponderados pelo risco”.
O Novo Banco refere ainda que “nenhum dos montantes não pagos pelo Fundo de Resolução ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente foi considerado no cálculo de capital regulamentar”.
A instituição adianta ainda que “considera os montantes não pagos relativos ao ano de 2020 e 2021 devidos ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, estando a despoletar os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos”. E que “no que respeita ao valor solicitado ao Fundo de Resolução relativo ao exercício de 2020, subsistem duas divergências, entre o novobanco e o Fundo de Resolução, relativamente (i) à provisão para operações descontinuadas em Espanha e (ii) valorização de unidades de participação, que estão a ser dirimidas num processo arbitral em curso, no âmbito do qual está ainda a ser apreciada a divergência relativa à aplicação pelo novobanco, no final de 2020, da opção dinâmica do regime transitório da IFRS 9”.
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