O Bankinter ganhou nos primeiros três meses do ano 185 milhões de euros, avança o banco liderado por Maria Dolores Dancausa, sublinhando o forte crescimento em todos os segmentos de negócio e também na sucursal em Portugal.
Em comunicado enviado esta quinta-feira o banco destaca que a conta de resultados cresceu de forma “expressiva” muito influenciada “por um efeito favorável das taxas, maiores volumes de negócio e uma atividade comercial mais orientada para produtos de investimento”. A margem de juros subiu 63,2%, a margem bruta cresceu 23,3% e a margem de exploração antes de provisões avançou 35,8%.
Portugal também se destaca. O negócio do Bankinter em Portugal “cresce em todas as rubricas da conta de resultados, registando um resultado antes de impostos de 43 milhões de euros”, ou seja, “mais 177% do que no mesmo período do ano passado”.
Os dados do Bankinter apontam para um crescimento do crédito hipotecário novo em todas as marcas e geografias de 2% face a igual período de 2022, fixando-se nos 1700 milhões de euros.
Neste particular o destaque vai para Portugal quer “em termos de balanço como de crescimento das rubricas da conta de resultados”.
Em Portugal a carteira de crédito ascendeu a 8400 milhões de euros, o que em termos anuais - o banco não dá o crescimento trimestral - foi de 17%.
Já no que toca aos recursos de clientes o crescimento foi de 5% ascendendo os mesmos a 6600 milhões de euros.
A conta de resultados do Bankinter em Portugal “registou bons crescimentos em todas as rubricas, com uma margem de juros 114% superior à de há um ano e uma margem bruta 79% acima”. “Apesar de um ligeiro aumento dos custos, o resultado antes de provisões situa-se nos 50 milhões de euros (+159%) e o resultado antes de impostos alcança os 43 milhões de euros, o que representa um crescimento de 177%”, refere o Bankinter.
Também o negócio da filias de consumo, Bankinter Consumer Finance, refletiu "a dinâmica da sua atividade comercial", ao apresentar “uma carteira de crédito de 5700 milhões de euros, 50% acima da de há um ano”. Deste total, sublinha o grupo Bankinter, "2800 milhões de euros correspondem a empréstimos ao consumo, que cresceram 37% no ano, e 1600 milhões de euros correspondem a hipotecas comercializadas na Irlanda sob a marca Avant Money, que consolida os seus dados nesta filial". Na Irlanda a carteira hipotecária cresceu 179% num ano. "A marca Avant Money somou em termos globais, incluindo as hipotecas, um volume de crédito de 2300 milhões de euros, 102% acima do valor registado há um ano, com um rácio de mora de apenas 0,4%".
Crédito e depósitos do grupo
Os ativos totais do grupo Bankinter ascenderam no primeiro trimestre de 2023 a 105.945,8 milhões de euros, valor inferior em 4,4% face há um ano. “A carteira de crédito a clientes chegou aos 73.074,7 milhões de euros, representando um crescimento de 4,9% no período comparado”, indicou o banco espanhol.
O banco liderado por Maria Dolores Dancausa refere que "relativamente a Espanha, o crescimento da carteira de crédito foi de 1,7%, enquanto o setor registou uma descida média de 0,8%, de acordo com dados de fevereiro do Banco de Espanha".
Já no que toca aos recursos de clientes particulares, concluíram o primeiro trimestre com um volume de 74.262,3 milhões de euros, ou seja uma descida de 1,2% face ao valor registado no final do ano. Para isso contribuiu “a transferência de depósitos para outros produtos de valor, como produtos de renda fixa ou fundos de investimento, cujo património cresceu de forma muito significativa neste trimestre: 3100 milhões de euros de crescimento no património de renda fixa e 1500 milhões de euros de crescimento em fundos de investimento”. O banco sublinha que "os recursos de clientes de retalho cresceram a um ritmo muito consistente, multiplicando-se por 1,8 nos últimos dez anos".
Rentabilidade, rácios e malparado
A rentabilidade sobre os capitais próprios do Bankinter (ROE na sigla inglesa que mede a capacidade de remunerar os acionistas) dos últimos doze meses “cresceu até aos 13,7% face aos 9,8% de há um ano, situando-se nos níveis mais elevados dos últimos anos e numa posição destacada dentro do setor”.
Também o rácio de capital mais importante, o rácio de capital CET1 fully loaded “alcançou os 12,2%, o que representa uma diferença de 4,5 pontos percentuais relativamente ao mínimo exigido ao Bankinter pelo BCE, que é de 7,73%, o valor mais baixo entre a banca cotada em Espanha”.
E no que diz respeito ao rácio de morosidade o Bankinter diz que esta melhorou para 2,18%, menos 2 pontos-base face há um ano, e que a sua cobertura crescer até aos 66,5%. Em Espanha, diz o Bankinter, "este rácio de mora situou-se nos 2,4%, face à média de 3,56% do setor, de acordo com dados de janeiro do Banco de Espanha.
Também o rácio de eficiência “melhorou de forma substancial até aos 35,7%, face aos 41,6% registados no mesmo período do ano passado”.
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