Jovens até 30 anos pediram 19% do novo crédito à habitação em 2022
Cerca de 11% do crédito total dado em Portugal foi concedido a estrangeiros. No crédito à habitação, brasileiros e americanos estão em destaque
Cerca de 11% do crédito total dado em Portugal foi concedido a estrangeiros. No crédito à habitação, brasileiros e americanos estão em destaque
Jornalista
Os jovens até aos 30 anos a viver em Portugal representam 29% da população portuguesa, e são responsáveis pela contratação de 19% do novo crédito à habitação. Já 39% deste tipo de crédito – para a aquisição de casas permanentes, secundárias ou obras – segue para os clientes bancários com mais de 40 anos, também inferior ao peso na população (59%).
Os dados sobre os créditos foram disponibilizados esta quinta-feira, 23 de fevereiro, pelo Banco de Portugal, que agregou a informação retirada da Central de Responsabilidades de Crédito, para onde cada instituição bancária a operar no país transmite dados não confidenciais sobre os seus clientes. O supervisor tem dados de 2022 e de 2021.
A grande maioria dos créditos foi concedido a trabalhadores por conta de outrem, mas, apesar dos limites que foram colocados pelo Banco de Portugal às maturidades dos créditos obtidos, também há reformados a conseguir créditos – que, como referido, podem ser apenas para obras de casa, já que o supervisor não desagrega a informação a esse nível. “1% do montante de crédito à habitação concedido em 2022 foi obtido por pessoas reformadas”, indica o supervisor.
Dentro dos reformados com novo crédito à habitação, metade são portugueses, outra metade são estrangeiros e, neste último, destacam-se, no caso do crédito à habitação, os brasileiros e os norte-americanos.
“Considerando apenas a região do Algarve, do total de crédito à habitação concedido a pessoas reformadas em 2022, 85% foi concedido a pessoas com nacionalidade estrangeira (maioritariamente originárias dos EUA, do Reino Unido e da Suécia)”, é outra das notas deixadas pela autoridade comandada por Mário Centeno.
Olhando para todo o tipo de crédito, incluindo automóvel e pessoal, 11% dos novos contratos são de estrangeiros. Especificamente, 8% no crédito pessoal e 9% no crédito automóvel, o que quer dizer que o peso percentual é mais forte na compra de casa.
Outra das conclusões que se pode retirar dos dados agora compilados pelo Banco de Portugal é que o “número de mulheres que obtiveram crédito foi superior ao número de homens em todos os tipos de crédito, exceto no crédito automóvel”.
“Contudo, uma análise por montante contratado mostra que, com exceção do crédito à habitação, o valor médio dos créditos obtidos por homens foi superior ao valor médio dos obtidos por mulheres”, indica o comunicado – já que o valor médio dos salários dos homens é superior ao das mulheres.
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