A percentagem de novos contratos de crédito à habitação que são fruto de renegociações por iniciativa de particulares aumentou para os 22% em 2022, segundo dados do Banco de Portuga (BdP) divulgados esta quinta-feira, 2 de fevereiro.
Para o banco central, o cálculo dos novos empréstimos à habitação inclui tanto os novos contratos celebrados por quem compra casa, como os que são renegociados por iniciativa dos próprios clientes sem ter havido uma situação de incumprimento.
O número de renegociações aumentou durante a segunda metade de 2022, ano de viragem na política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que começou a subir taxas de juro depois de mais de uma década de taxas a rondar o zero.
Se até junho de 2022 a quota de renegociações entre os novos contratos de crédito à habitação rondava os 7%, a partir de julho, mês em que o BCE começou a aumentar a taxa diretora com uma primeira subida de 50 pontos-base, tirando-a de valores negativos, esta começou a subir. Em setembro já estava nos 10%, subindo para os 17% em outubro e novembro. O ano fechou com uma quota de 22%, em dezembro, de renegociações no total de novos créditos à habitação.
“O peso dos contratos renegociados por incumprimento manteve-se ao longo do ano, situando-se em torno de 1% do total de novos empréstimos para habitação própria permanente”, segundo o BdP.
As famílias aceleraram também as amortizações, quer parciais ou totais, dos créditos a partir do trimestre correspondente a outubro, novembro, e dezembro do ano passado, com vista a aliviar o peso das mensalidades: segundo o banco central, "as amortizações antecipadas efetuadas ao longo de 2022 totalizaram 6,7% do stock de empréstimos no final do ano".
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