20 abril 2023 23:40

ana baião
Instabilidade dá bónus aos pensionistas. Com o conjunto dos aumentos, entre 2021 e 2024 a maioria ganha acima da inflação
20 abril 2023 23:40
O Governo pôs esta semana fim à incerteza sobre o futuro das pensões com uma solução que vai para lá das necessidades. Além de integrar o “complemento extraordinário” de outubro no valor-base da pensão, como a lei exigia, antecipa o aumento para julho próximo, oferecendo-lhes, na prática, um brinde de seis meses. Com este aumento intercalar, a esmagadora maioria dos reformados chegará a 2024 sem perder poder de compra face a 2021, e até com aumentos reais nas suas pensões.
Em setembro, quando suspendeu a fórmula de atualização das pensões e anunciou que ia dividir os aumentos deste ano em duas parcelas (uma parte paga de uma assentada, em outubro, outra em janeiro de 2023), António Costa deixou duas dúvidas a pairar. Uma delas, que acabou por dominar o debate político, era a de saber se o “complemento extraordinário” seria integrado no valor da pensão de 2024 em diante (se não fosse, os reformados perderiam dinheiro). A segunda dúvida era a de saber como passariam as pensões a ser anualmente atualizadas, uma vez que a fórmula se revelou desajustada em períodos de grande instabilidade económica. A resposta à primeira questão estava dependente da evolução dos preços e do crescimento este ano, e a resposta à segunda aguardava as propostas de um grupo de peritos a quem o Governo encomendou um estudo sobre a sustentabilidade da Segurança Social. Contudo, esta segunda-feira, o primeiro-ministro arrumou as duas dúvidas de uma assentada. Repõe os valores das pensões sem esperar por 2024, e ressuscita a fórmula de atualização das pensões, sem aguardar por propostas. No fundo, voltou à casa de partida, e ainda lhe acrescentou um bónus extra.
Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.