Pão pode encarecer 25% nas próximas semanas (ou mais)
A subida do preço do pão é “inevitável”, e acompanhará de perto as cotações nos mercados internacionais, diz a Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares
A subida do preço do pão é “inevitável”, e acompanhará de perto as cotações nos mercados internacionais, diz a Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares
A invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções que se seguiram fizeram com que 29% da produção mundial de cereais assegurada por estes dois países fosse praticamente impedida de entrar nos mercados do Ocidente, de acordo com números da Reuters. A previsão de escassez provocou aumentos muito pronunciados nos preços dos cereais nos mercados internacionais o que, por sua vez, terá impacto na disponibilidade dos produtos e na carteira dos consumidores.
Há vários produtos que acabarão por ser afetados e, na lista, está o pão. A subida do preço do pão “inevitável”, e acompanhará de perto as cotações nos mercados internacionais, segundo Hélder Pires, responsável da Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares (ACIP), ao Expresso, adiantando que as subidas irão verificar-se nas próximas semanas tendo em conta o acréscimo de 25% nos preços das farinhas.
“O preço das farinhas continua a subir, nas próximas semanas aumentará 120 euros por tonelada, o que representará um acréscimo de 25% face ao preço atual. Concluindo, a subida dos preços do pão verificar-se-á nas próximas semanas”, adianta.
Na Europa, os contratos de trigo para moagem para entrega em maio cotavam esta quarta-feira nos 388 euros por tonelada, numa subida interdiária de 4%, segundo dados da Euronext.
O impacto desta subida dos preços sentir-se-á em breve, já que o setor das padarias “trabalha com stocks relativamente baixos, em termos médios equivalentes a 15-20 dias de produção”, explica.
Os futuros do trigo negociados na bolsa de produtos agrícolas de Chicago aumentaram perto de 65% no espaço de um mês, disparando dos 7,80 dólares por alqueire a 9 de fevereiro para os 13,50 dólares por alqueire registados ao início da tarde de segunda-feira, 7 de março, um máximo de sempre.
Esta quarta-feira, o alqueire de trigo já negociava em quebra, rondando os 11,30 dólares por alqueire, de acordo com dados do site Trading Economics.
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