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Sindicato dos Jornalistas diz que palavras de Montenegro foram “desinformadas”, Governo garante que declarações foram no “sentido positivo”

Sindicato dos Jornalistas diz que palavras de Montenegro foram “desinformadas”, Governo garante que declarações foram no “sentido positivo”
Carol Yepes/Getty Images

Ministro dos Assuntos Parlamentares assegura que o executivo quer "valorizar muito o papel do jornalista", sublinhando a importância do rigor deste trabalho. Sindicato dos Jornalistas critica declarações de Montenegro

O ministro dos Assuntos Parlamentares garantiu nesta terça-feira ser intenção do Governo valorizar o papel do jornalista, sublinhando que nenhum profissional gosta de sentir que está a expressar "o que lhe foi encomendado".

O primeiro-ministro afirmou que pretende em Portugal um jornalismo livre, sem intromissão de poderes, sustentável do ponto de vista financeiro, mas mais tranquilo, menos ofegante, com garantias de qualidade e sem perguntas sopradas.

Pedro Duarte, que falava esta tarde em Lisboa numa conferência sobre o Plano de Ação para a Comunicação Social, assegurou que o executivo quer "valorizar muito o papel do jornalista", sublinhando a importância do rigor deste trabalho.

Sobre este tema, o ministro Pedro Duarte esclareceu que o objetivo passa por valorizar o trabalho, mas também os próprios profissionais do setor, acrescentando acreditar que "nenhum jornalista gosta de sentir que está a expressar o que lhe foi encomendado".

Para Pedro Duarte, as declarações do primeiro-ministro foram defendidas "no sentido positivo", insistindo na valorização da qualidade informativa que é prestada diariamente. O que está em causa é "a qualidade do trabalho que cada jornalista faz", reiterou.

Luís Montenegro falou na conferência "o futuro dos media", em Lisboa, perante uma plateia com presidentes de empresas e órgãos de comunicação social nacionais e dezenas de jornalistas.

Apesar de ter rejeitado "qualquer tipo de intromissão no espaço que é o reduto do jornalismo", o primeiro-ministro referiu existir a obrigação de "possuir um edifício legislativo e de construir os alicerces da sustentabilidade financeira deste setor para que possa depois traduzir-se em maior grau de liberdade e em prosseguição do interesse público de informar".

Luís Montenegro fez a seguir várias apreciações sobre a atividade jornalística, começando por observar que "é tão importante ter bons políticos como bons jornalistas para que a democracia funcione".

Nesse sentido, o líder do executivo considerou que seria melhor se a comunicação social fosse "mais tranquila na forma como informa, na forma como transmite os acontecimentos e não tão ofegante". O Plano de Ação para a Comunicação Social contém 30 medidas para o setor.

Sindicato critica declarações de Montenegro

O Sindicato dos Jornalistas considera que o Plano de Ação para os Media apresentado nesta terça-feira “contempla um projeto de desmantelamento da RTP sob a capa da defesa do Serviço Público, com o corte da publicidade e o anúncio de despedimentos, com o eufemismo de ‘saídas voluntárias’”. “O projeto, embora incorpore medidas que podem beneficiar o setor, fica curto para a emergência que se vive na Comunicação Social”, lê-se em comunicado.

O sindicato classifica como “infelizes e desinformadas” as “críticas” de Montenegro ao jornalismo e ao trabalho dos jornalistas. “Este tipo de declarações em nada dignificam a profissão, que Luís Montenegro considera um pilar da Democracia, e contribuem para um clima de suspeição que lamentamos e rejeitamos. Tais palavras tornam-se ainda mais incompreensíveis porque geram desconfiança sobre o trabalho dos jornalistas e minam a credibilidade dos órgãos de informação”, refere a mesma nota.

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