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"O que se passou na Global Media foi alguém que chega ao castelo, decapita e põe a cabeça num espeto cá fora", diz Domingos de Andrade

"O que se passou na Global Media foi alguém que chega ao castelo, decapita e põe a cabeça num espeto cá fora", diz Domingos de Andrade
RUI DUARTE SILVA

Ex-jornalista conduz a nova fase da vida de alguns dos títulos que eram da Global Media e diz que ainda falta esclarecer muita coisa que aconteceu neste grupo de comunicação social nos últimos 12 meses. Diz-se também alvo de uma tentativa de “assassínio de caráter” por ter feito frente aos ‘invasores’ - um “gangue” que lhe caiu em cima. E mostra-se tranquilo quanto aos acionistas que controlam a nova empresa Notícias Ilimitadas, embora admita que tem uma tarefa árdua pela frente na recuperação dos títulos, entre os quais o Jornal de Notícias, a TSF e O Jogo

"O que se passou na Global Media foi alguém que chega ao castelo, decapita e põe a cabeça num espeto cá fora", diz Domingos de Andrade

Pedro Lima

Editor-adjunto de Economia

O que aconteceu entre agosto de 2023 e fevereiro deste ano na Global Media está muito longe de estar esclarecido mas Domingos de Andrade, o ex-diretor do Jornal de Notícias e da TSF que atualmente conduz os destinos destes dois meios de comunicação social - e de mais sete, entre os quais o desportivo O Jogo e as revistas Evasões e Volta ao Mundo -, não tem dúvidas de que se tratou de um “assalto ao castelo”.

Os seus autores não estão ainda totalmente identificados. Isto porque, tal como entrou num dos maiores grupos de comunicação social de Portugal, passando a controlá-lo, o World Opportunity Fund saiu sem se saber quem são os seus proprietários, depois de uma guerra de acionistas e de os seus direitos patrimoniais e de voto terem sido suspensos, em março, por determinação da Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) devido à falta de transparência desta participação. O pouco que se sabe ainda hoje é que é gerido por uma sociedade suiça e tem sede no paraíso fiscal das Bahamas.

Em entrevista ao Expresso, Domingos de Andrade diz que está a ser alvo de uma tentativa de “assassínio de caráter”, a propósito de denúncias anónimas que foram feitas sobre si recentemente noticiadas. E isso aconteceu porque se opôs à tentativa de tomada de controlo dos meios de comunicação social da Global Media que, a 30 de julho, passaram a estar separados – de um lado, na empresa Notícias Ilimitadas, ficaram JN, TSF e O Jogo assim como mais seis títulos. A Notícias Ilimitadas é controlada em 70% pela empresa Verbos Imaculados que por seu lado tem Domingos de Andrade como acionista, com 20% a seu cargo, além das empresas Ilíria (35%), Parsoc (30%) e Mesosystem (15%). Os outros 30% da Notícias Ilimitadas ficaram na Global Media, controlada pelo empresário Marco Galinha, proprietário do grupo BEL e que esta semana deixou a presidência do conselho de administração da Global, cargo que Vitor Coutinho acumulará com o que já tem de presidente executivo. A Global Media ficou, por seu lado, com o Diário de Notícias e o Açoriano Oriental, entre outros meios.

Domingos de Andrade explica também que está tranquilo com a estrutura acionista da Notícias Ilimitadas mas não esconde que tem um trabalho difícil pela frente na recuperação dos títulos, que sofreram uma “destruição de valor avassaladora, com perdas de receitas da ordem dos 80%”. Em 2025 a empresa terá de ter EBITDA positivo.

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