Foram meses atribulados até se conseguir recuperar alguma tranquilidade na Global Media. Em julho de 2023 era noticiada a entrada de um novo acionista no grupo pela mão de Marco Galinha — um fundo de investimento com sede num paraíso fiscal, as Bahamas, que prometia avultados investimentos num projeto de língua portuguesa com grande enfoque no Brasil e que o empresário considerava uma excelente ideia.
Hoje Marco Galinha diz, em entrevista ao Expresso, que continua a achar que as intenções eram boas, apesar de continuar sem saber quem são os donos do World Opportunity Fund. Garante que não volta a meter-se num processo idêntico — na semana passada o fundo saiu após meses de litigância e o grupo foi dividido em dois, com “Jornal de Notícias” (“JN”), TSF, “O Jogo” e mais seis marcas edito¬riais a irem para uma nova empresa, a Notícias Ilimitadas, no Porto, e o “Diário de Notícias” (“DN”) e mais quatro títulos a ficarem em Lisboa, na Global.
Com 47 anos feitos esta semana, quer estabilizar a empresa e acredita que vai conseguir torná-la rentável, admitindo voltar depois a reduzir a exposição aos media porque no grupo empresarial que fundou em 2001 tem muito com que se entreter e por onde crescer. Com cerca de 40 empresas operacionais o grupo BEL, que deve o nome ao apelido materno Belo – “havia que escolher um nome e entre Belo e Galinha, escolhi Belo, mas sem ‘o’”, conta –, tem 740 trabalhadores e em 2023 teve lucros de 8 milhões de euros, um EBITDA (meios libertos operacionais) de 20 milhões e um volume de negócios de 521 milhões. Este ano a expectativa é de que as receitas cresçam para 660 milhões de euros.
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