O grupo Impresa, de que fazem parte o Expresso e a SIC, viu os seus resultados de 2023 serem prejudicados pela subida das taxas de juro devido ao aumento dos custos financeiros com a dívida e registou um prejuízo de 2 milhões de euros que compara com o lucro de 1,1 milhões de euros registado em 2022.
Em comunicado divulgado esta quinta-feira à tarde, a empresa fez saber que “o resultado líquido ajustado dos custos de reestruturação foi positivo no montante de 1,4 milhões de euros”, dando conta de que a dívida remunerada líquida se situou em 115,5 milhões de euros no fecho de 2023: “Face a 2022, este indicador aumentou 8,2 milhões de euros, mas, ainda assim, trata-se do segundo ano de menor nível de endividamento desde 2005, ano em que a Impresa passou a deter 100% do capital da SIC”. Em 2011, lembra a Impresa, a dívida era de 231,6 milhões de euros.
Na SIC houve, em 2023, um aumento dos lucros, para 8,3 milhões de euros, mais 12,2% do que os 7,4 milhões de euros, informou também a Impresa.
Ao nível das receitas consolidadas verificou-se uma descida de 1,8% face a 2022, para 182 milhões de euros, que a Impresa atribui à quebra no mercado publicitário dos canais de televisão abertos, no qual a SIC generalista tem uma quota de mercado de 48,3%. Ainda assim, refere que esta queda foi “compensada parcialmente por um crescimento das receitas com a venda de conteúdos da SIC e da Opto”.
As receitas da SIC atingiram 156 milhões, uma queda de 2,4% face a 2022 e no Expresso as receitas atingiram o valor mais elevado desde 2017: “No ano em que o Expresso comemorou o seu 50º aniversário, as receitas da Impresa Publishing aumentaram pelo terceiro ano consecutivo, atingindo 24,7 milhões de euros, um crescimento de 1,3% em 2023”.
Quanto aos custos operacionais, “não obstante a pressão inflacionista”, frisa o grupo, diminuíram 1,1%. E o EBITDA (resultados líquidos antes de juros, impostos, amortizações e provisões) do grupo ficou nos 15,4 milhões, menos 8%. “Sem considerar os custos de reestruturação, o EBITDA recorrente foi de 18,8 milhões, uma diminuição de cerca de 1% relativamente a 2022”.
A Impresa destaca ainda o facto de a SIC ter conquistado “a liderança das audiências pelo quinto ano consecutivo, tendo alcançado, em 2023, uma média de 15,3% de ‘share’ no universo dos canais generalistas, em dados consolidados”. Em janeiro o canal de televisão voltou a liderar, completando 60 meses consecutivos de liderança, mas em fevereiro foi a TVI que ficou à frente, apesar de a SIC ter subido face ao mês anterior. Na luta pelas audiências tem-se verificado, por outro lado, uma aproximação da SIC Notícias, que foi alvo de relançamento em 2023, à CNN Portugal, que lidera os canais de informação desde que foi lançada em novembro de 2021.
Quanto ao Expresso, “foi o jornal mais vendido em Portugal em 2023, pelo sétimo ano consecutivo, com uma média de 91 mil exemplares por edição, segundo os dados da APCT. A estratégia digital do jornal refletiu-se numa média de 51 mil exemplares por edição em circulação digital paga, representando a maioria dos exemplares vendidos do Expresso em 2023”, adianta a Impresa, referindo ainda que o universo de sites da marca Expresso alcançou uma média mensal de 2,4 milhões de visitantes únicos.