Votação do IRS avança sem consenso: os (poucos) euros que separam Governo e PS, por escalão

Jornalista
O Governo não quer esperar mais pelas negociações com a oposição e vai sujeitar as propostas de alterações ao IRS a votação, ainda esta semana. A decisão foi confirmada pelo PSD e CDS esta terça-feira, em conferência de imprensa, na Assembleia da República, chutando agora a decisão para o PS e o Chega. Os socialistas já fizeram saber que mantêm a sua proposta, para limitar a descida nos escalões superiores, e o Chega, pela voz de André Ventura, aconselhou a AD a não sujeitar já a proposta a votação.
Hugo Soares, líder da bancada parlamentar do PSD, diz que o partido se esforçou por um consenso, coisa que não foi feito pelo PS, e que é tempo de avançar: “Não queremos atrasar mais este processo legislativo”, afirmou. Esta quarta-feira vota-se na Comissão de Orçamento e Finanças a mais recente proposta do PSD/CDS. Se for viabilizada, avança para plenário na sexta-feira, onde será sujeita a votação final. Se for chumbada, regressa-se à casa de partida e, no mesmo dia, sexta-feira, será votada a proposta inicial do Governo, explicou ao Expresso Hugo Carneiro, deputado do PSD. O que acontecerá se ambas as propostas forem chumbadas sucessivamente, é um cenário sobre o qual o partido não quer, para já, elaborar.
Uma versão contrariada pelo PS. Em conferência de imprensa, o deputado socialista António Mendonça Mendes anunciou que o partido vai manter a sua proposta - na sequência da primeira que foi aprovada pela oposição contra o Governo - e espera que o Governo faça uma efetiva negociação e não apresente “factos consumados”. Se PSD e CDS “querem um acordo, vão fazer um esforço para negociações", disse aos jornalistas.
Já esta manhã, André Ventura aconselhou a AD a não forçar a votação da proposta e a negociar mais com a oposição.
Deixamos-lhe simulações da PWC para o Expresso onde pode comparar, para vários níveis de rendimento, qual será a poupança adicional em IRS se avançar a mais recente proposta do PSD/CDS ou se avançar a última iniciativa do PS. Todos os contribuintes, até ao ultimo escalão, poupam, mas com intensidades diferentes. No fim do mês, contudo, são poucos euros em qualquer um dos casos.
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