Líder da PwC Austrália demite-se devido a fugas de informação fiscal
Tom Seymour admitiu que recebeu e-mails com informações confidenciais do governo relacionadas com novas medidas de combate à evasão fiscal, e usou-as para angariar clientes
O líder da consultora PwC na Austrália renunciou ao cargo executivo três dias depois de admitir que recebeu e-mails sobre informações confidenciais do governo sobre mudanças nas leis de evasão fiscal, tendo-as usado para aconselhar clientes a contorná-las, noticia o “Financial Times”.
Tom Seymour, executivo-chefe da PwC Austrália desde março de 2020, renunciou imediatamente após uma discussão com o conselho de sócios na segunda-feira. Kristin Stubbins passa a ser diretora executiva interina.
“Concordamos com Tom que é do melhor interesse da empresa e dos nossos acionistas”, disse a PwC.
Tracey Kennair, presidente do conselho de sócios, disse que a PwC precisa imediatamente reconstruir e aumentar a confiança na Austrália, um dos seus maiores mercados.
A PwC está envolvida num escândalo desde fevereiro, quando o Tax Practitioners Board (em português, Conselho dos Profissionais Fiscais), o órgão fiscalizador do setor na Austrália, baniu Peter-John Collins, ex-chefe de impostos internacionais da PwC na Austrália, por circular informações com outros funcionários da PwC de reuniões confidenciais com o Tesouro sobre novas leis destinadas a controlar a evasão fiscal.
E-mails divulgados no Senado mostram que a PwC usou informações confidenciais fornecidas por Collins, que assinou acordos de confidencialidade, para aconselhar os seus clientes e conquistar novos negócios.
Seymour, que ainda não era o líder executivo quando Collins dirigia o braço australiano da divisão tributária da PwC, admitiu, na sexta-feira, que foi um dos vários sócios que receberam alguns dos e-mails com informações confidenciais.
A demissão de Seymour segue-se a uma investigação independente interna das práticas e culturas da PwC, que se seguiu à divulgação dos e-mails.
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